A primeira coisa que vem á cabeça quando penso na morte, não é nas minhas hipocondrias, nem é no meu pai, avó, ama e amigos que partiram....e já foram tantos...
É numa canção que a minha cantava e por vezes canta, num lamento profundo, - Morte que mataste Lira!
Não sei porque, mas é talvez a sensação de agonia mais profunda que tenho.
Os meus ultimos 8 dias foram assombrados por doenças de amigos e familiares, um falecimento conhecido, e agora, um Falecimento no seio da minha Familia!
Não na minha familia de sangue, mas do Coração.
A Morte é sempre uma miscela de sentimentos - uma Saudade forte, um Adeus, uma Esperança que algo continue.
É uma presença constante nas nossas vidas que teimamos em não pensar.
Preferimos pensar que ela só virá na nossa velhice, ou apenas atingirá quem mais amamos daqui a muito tempo.
Ninguem vê no Ocidente a Morte como um aliado.
Talvez se deva áo desenraizamento das nossas tradições espirituais por uma cultura ateista. Talvez se deva porque eliminamos da sociedade capitalista o Principio e o Fim e só nos preocupamos com o meio...
Mas a Morte toca a todos. Não só toca fisicamente. Mas toca emocionalmente.
Hoje é um dia dificil para mim, tal como amanha vai ser, tal como ontem foi ao lembrar que perdi uma das pessoas que mais amava há 5 anos atrás no dia 15 de Outubro.
Uma parte de mim tem uma esperança e confiança eterna que existe uma ordem por detrás deste caos. Que os que amo nunca partem.
Outra parte pondera sobre o sentido de tudo isto, de como a morte é tão derradeiramente permanente.
De como a nossa vida é apenas um momento fragil e tenue.
A Morte Vem para nos Abalar, para SENTIRMOS profundamente, mas.........
........Ao mesmo tempo nesta luta entre o Crer e o Materialmente Ver, a Morte é tambem um conselho : CARPE DIEM.
''Nestes dias tenho pensado na morte como uma companheira que desejo encontrar'' In Diario Secreto de Laura Palmer
"Não tenhas medo da morte, meu filho, que tudo se resolve.
A morte é outra vida."
Jesus, In Livro da Luz
''Em uma das suas conferencias sobre a experiência da morte, o padre Maurice Zundel formulava a questão nestes termos: O que fazemos da nossa vida? Estamos à procura de nós mesmos, fugimos de nós, reencontramo-nos de forma intermitente e nunca chegamos a fechar o círculo, a definir-nos a nós próprios, a saber quem somos... Não temos tempo, a vida passa tão depressa, estamos absorvidos pela preocupações materiais ou por diversões... e, finalmente, a morte chega e é em sua presença que tomamos consciência de que a vida poderia ter sido algo de imenso, de prodigioso, de criador. Mas já é tarde demais... e a vida só adquire todo o seu relevo no imenso desgosto de uma coisa inacabada. É, então, que a morte, justamente porque a vida ficou inacabada, aparece como um sorvedouro.''
''— Não importa qual seja a decisão — disse ele. — Nada poderia ser
mais ou menos sério do que qualquer outra coisa. Não vê? Num mundo
em que a morte é o caçador, não há decisões pequenas ou grandes. Só há
decisões que tomamos diante de nossa morte inevitável.''
mais ou menos sério do que qualquer outra coisa. Não vê? Num mundo
em que a morte é o caçador, não há decisões pequenas ou grandes. Só há
decisões que tomamos diante de nossa morte inevitável.''
Don Juan in Viagem a Ixtlan
Jean Yves Leloup, in Arte de Morrer
A morte é um dos tabus da sociedade contemporânea, pois não interessa lembrar que tudo terá um fim, senão as pessoas pensavam duas vezes antes de consumir.
ResponderEliminarA Morte pensada diariamente nao levaria a uma vida futil. As pessoas viveriam ao maximo, lutariam pelos seus sonhos, dar-se-iam mais umas com as outras, sem contrariedades ou discriminação... no fim a morte vem para todos, qualquer que seja raça ou credo...
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