quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Quando o passado surge

Hoje à tarde resolvi limpar umas gavetas.
Encontrei velhas fotografias da minha avó, da minha Tó, do meu pai, de velhos amigos que já partiram.

Enquanto olhava aquelas fotografias as lágrimas voltaram, embrulhadas numa dor forte e numa saudade intemporal...

Será que algum dia veremos aquelas pessoas que tanto nos marcaram no coração? Existe algo mais que isto?

Uma parte de mim tem esperança que sim.

De poder abraçar de novo aqueles que amamos.

Porque o tempo passa e nem sempre damos conta disso. Que hoje seja um dia para poder abraçar os que estão junto de nós e desfrutar ao máximo a sua presença.

Não sei mais o que dizer....escuto o tema Katya, da banda sonora The Russia House, enquanto escrevo...

Um abraço a todos, aqui neste plano ou onde quer que estejam!

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Determinado pelo passado


'' Ainda que nós, gente moderna, gostemos muito de nos considerar livres, na verdade as nossas possibilidades de efectuar uma escolha livre estão limitadas apenas a uma pequena parte das nossas acções.  Colocando de parte, no momento, todas as funções e actividades ligadas ao condicionamento biológico, apercebemo-nos de que a totalidade das restantes acções são totalmente determinadas pela história pessoal. Classe social, nacionalidade, sexo, família,  personalidade, religião, ideologia politica, complexos e traumas são apenas alguns exemplos dos muitos pormenores que formam a nossa história pessoal, por essa razão do quê e do como da nossa existência quotidiana. Na realidade, quando pensamos que decidimos, estamos apenas a pôr em movimento acções já programadas em nós pelo nosso passado - tal como uma máquina que executa apenas as operações para as quais foi desenhada. Assim são determinadas as nossas crenças, desejos, escolhas, limitações, fraquezas e dons. Não escolhemos com quem falamos ou com quem temos relações, os locais que frequentamos ou os que evitamos. Por detrás de tudo está a nossa história pessoal, que se exprime através da estrutura do ego.
    Ego e história pessoal estão intimamente ligados, de tal modo que o primeiro é a expressão funcional da segunda. É o Ego quem diariamente nos compele a manter a nossa história pessoal, actuando de acordo com os seus ditames. Através desse processo, a referida história é renovada e o ego resultante, autoconfirmado. Podemos apenas seleccionar as opções contidas mos estreitos limites da projecção da nossa história pessoal no tempo.''

In Os Ensinamentos de Carlos Castañeda, de Victor Sanchez

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

O que é um Guerreiro?



''
O Guerreiro é assim chamado pela permanente luta contra as suas fraquezas e limitações pessoais; contra as forças que nos dirigem para o destino como homens e mulheres comuns, forças totalmente determinadas pela história pessoal e circunstâncias. O Guerreiro quer resgatar a possibilidade de escolher como ser e como viver. É uma batalha pela harmonia e pela tranquilidade. É uma batalha pela liberdade,  sabendo que esta batalha começa no interior, projectando-se daí para tudo o que constitui o mundo das acções. É uma luta calma, doce e alegre.
   O método do Guerreiro é uma forma de viver constantemente o desafio de Ser; escapa a uma definição exacta ou abrangente, A atitude de um guerreiro é uma noção, uma direcção, uma persistência na escolha do caminho mais forte e mais autêntico em cada acto. Talvez a característica mais notável seja a eterna busca de impecabilidade em cada acto, mesmo o mais pequeno. O guerreiro concebe a impecabilidade como dádiva do melhor de si em cada coisa que faz, o que implica uma optimização da sua energia individual. Mesmo quando as outras motivações se desfazem, o guerreiro persistirá numa actuação impecável, nem que seja apenas pela impecabilidade.
   (...) Levar a vida sóbria de um guerreiro dá a uma pessoa o equilíbrio e a fortaleza necessários para se lidar com momentos difíceis na trilha do conhecimento, independentemente da confusão suportada pela razão ou pelos danos causados pelo ego.
   Tudo o que fazemos pode ser feito à maneira de um guerreiro. Um guerreiro está sempre num inflexível estado de guerra total, não deixando espaço à negligência ou à rendição. Isto transforma o mais pequeno dos nossos actos num desafio de poderio que leva a que ultrapassemos os nossos limites, a sermos melhores, mais fortes, mais gentis, mais reais.
    De entre os elementos fundamentais postos à disposição de um guerreiro, podemos apontar a vontade enquanto força que emana do eu para tocar e sentir o mundo, até mesmo para o dirigir; uma força que terá de ser utilizada em lutas ainda maiores e mais intensas, que não nos atreveríamos a travar utilizando a nossa razão. Nesse momento, os guerreiros deixam de ser pessoas acorrentadas aos medos e fantasias do seu pensamento; prestam, então atenção aos seus sentimentos movidos pela sua força pessoal, essa energia substancial que, de uma tremenda batalha, tão demorada foi a aumentar e guardar.
    Os Guerreiros contam também com a consciência da sua morte iminente, executando cada acto como se fosse a última batalha e, por isso, a melhor. Com a morte como companheira constante a infundir força em cada acto, transformam em magia o seu tempo de seres viventes nesta Terra. A consciência da inevitabilidade da morte torna-os desinteressados e livres do acessório, sem que simultaneamente se entreguem à negação. Desligados de tudo, conscientes da brevidade da vida e em luta incessante, os guerreiros começam a harmonizar a vida através da força das suas decisões.  Cada instante é trabalhado de modo a adquirirem controlo sobre si mesmos, ganhando assim controlo sobre o seu mundo pessoal. Os guerreiros tomam a direcção da vida nas suas próprias mãos e dirigem-na estratégicamente. Cada pequena coisa é um aspecto da sua estratégia. De facto, controlo e estratégia são dois factores sempre presentes no modo como se movimentam pela vida.
    O controlo é o esforço para constante e propositadamente dirigirem os diferentes elementos que conforma as formas de ser e viver dos guerreiros. Aplicam-no a tudo quanto fazem pois as sua acções não resultam do acaso, de circunstâncias externas ou de explosões emocionais; fazem parte da estratégia da vida de um guerreiro. Nela não existe espaço para actos caprichosos, mecânicos ou impulsivos, pois os actos dos guerreiros não são  desligados, nem dispersos. As acções adaptam-se umas às outras de acordo com uma estratégia previamente planeada, que os guerreiros utilizam para atingir os objectivos a que se propuseram como expressão da sua mais intima predilecção.
     Os elementos que constituem a estratégias dos guerreiros são os elementos dos caminhos do coração, que lhes permitem obter prazer momento a momento. Através da utilização da vontade, do controlo, da estratégia e da consciência da morte iminente, os guerreiros aprendem a reduzir as suas necessidades a nada.  Apercebem-se que as necessidades engendram os desejos e a infelicidade. Assim, libertos da necessidade, não há ansiedades, nem preocupações. Os guerreiros podem actuar sem o peso da necessidade, da ansiedade ou da infelicidade. Quando deixam de sentir necessidades, deixam de sentir compulsão e, por isso, podem envolver-se até onde for preciso. Livres,  tudo quanto têm e recebem, mesmos as coisas mais pequenas e simples transformam-se em magnificas dádivas; e a vida, independentemente do quanto lhes é proporcionado, mantém-se em permanente estado de abundância.''

in Os Ensinamentos de Carlos Castañeda, por Victor Sanchez

Eram os Anos 80



Nevada, Neste Barco à vela.
Anos 80.
Roupas feias, girls tambem nada de lindezas, mas ainda se fazia musica portuguesa.
Ao contrario de hoje em dia - raparigas deslumbrantes mas vazias, cantores fracos e musica africana ou de cantores que nada têm de cantor.

By the way oiçam outros concorrentes portugueses de 1987 e vão perceber como ganhou esta canção facilmente:





terça-feira, 23 de agosto de 2016

Escolhas


A vida é feita de escolhas. Cada escolha que nós fazemos numa determinada altura, vai ter consequências, positivas ou negativas, na nossa vida. Todas as situações que atraímos hoje são a consequência energética das escolhas que fizemos ontem. Todos os eventos, acontecimentos, que vamos atrair amanhã serão fruto das escolhas que fizermos hoje.

As pessoas quando não estão conectadas, quando não meditam, quando não dão valor à sua vida espiritual e energética, passam muito tempo a gerir os eventos, a gerir as perdas, a gerir os problemas que têm. Como estão muito ocupadas com essa gestão, não prestam grande atenção às escolhas que estão a fazer naquele momento. Estão tão focadas em resolver o problema que já existe, que não conseguem ter espaço energético para fazer novas escolhas,mais criativas, mais evolutivas.

É como quando uma pessoa já está doente. Ela quer resolver o seu problema imediato, a sua doença. Não é hora de falar em prevenção. Mas se não prevenir, outras doenças chegam, e a pessoa volta à energia do "tapa buracos". E não sobra tempo para planeamento...

E isto quer dizer o quê?

Quer dizer que se não prestarmos atenção às nossas escolhas de hoje, de agora... de amanhã, do futuro próximo, quando recebermos as consequências dessas escolhas, vamos ter problemas. E se hoje estamos a fazer escolhas só para tapar buracos, só para corrigir os problemas atuais, se não estamos a fazer escolhas evolutivas, amanhã teremos mais do mesmo, vezes e vezes sem fim. E o ciclo não termina nunca.

- Mas então como devo resolver os meus problemas? - pergunta você.

E Jesus responde:

- Deves resolver os teus problemas com a energia mais alta que define quem és. As ações que praticas aí em baixo, na matéria, são a manifestação mais poderosa de quem és em energia. Por conseguinte, é nas escolhas, nas ações, que consegues definir um "eu" mais alto para ti e com isso elevas a tua frequência energética. E para quê? Para que amanhã, a consequência dessa escolha - porque todas as escolhas têm consequências - tenha uma energia mais elevada e tu consigas lidar com essa energia de uma forma mais leve. Sem problemas. Não há nada que me dê mais auto-estima do que o retorno de uma escolha que fizeste em teu nome, em nome da tua energia mais elevada. Não tens que sair de ti quando fazes a escolha, e não tens que sair de ti no retorno dessa mesma escolha, pois escolha e consequência têm a mesma energia. A tua. A médio prazo, começas a deixar de atrair tantos problemas, começas a deixar de atrair tantas perdas, tanta confusão. E como saber qual a escolha mais alta para ti? Na altura em que és chamada a escolher, pergunta a ti própria: O que Jesus faria nesta circunstância? A resposta a essa pergunta vai dar -te uma imagem muito clara de como deverás escolher.

Porque que é que atualmente as pessoas continuam a atrair tanta perda? Porque elas resolvem os problemas que têm hoje, baixando a sua energia, ficando iguais aos outros.

Tipo: olho por olho, dente por dente:

- "Ah, ele fez isto? Então também vou fazer."

- "Ah, ele fez -me mal, eu também vou fazer mal."

Ora, ao baixar a minha energia para me vingar, eu deixo de ser quem sou. Eu ajo em relação ao que eu acho que a pessoa merece, não em relação ao meu "eu" mais alto. E em vez de a castigar a ela, estou a castigar-me a mim.
Porque depois de baixarmos a nossa energia, é muito difícil voltar a elevá-la. Naturalmente que vai trazer uma consequência essa escolha do:

- "Ela vai ter o que merece!"

E essa consequência tem uma energia baixa, e não confere com quem eu sou. E vai trazer-me problemas. E amanhã eu vou continuar a ter problemas porque não fui quem sou, apenas fui quem achava que a outra pessoa merecia que eu fosse. E esse é um padrão mental, não energético.

Portanto, a melhor forma de ter um melhor futuro é resolver os problemas que eu tenho hoje, com a mais alta energia, isto é, com a energia de quem eu sou, ao mais alto nível. Daquele ser alto e evoluído que eu quero vir a ser. Mesmo tendo ainda que resolver problemas, mesmo tendo ainda que gerir crises, eu posso sempre fazê-lo de duas formas: com uma energia densa ou com uma energia alta. E é essa escolha que eu faço hoje que vai definir o que eu vou atrair amanhã.

Por isso, se eu não quero ter problemas, se eu quero uma vida boa, pacificada, harmoniosa, vou escolher subir a minha energia hoje. Da mesma forma que eu tenho problemas hoje porque não escolhi ontem. E se eu continuar a escolher bem amanhã, depois de amanhã ainda vou ter menos problemas e cada vez menos, menos, menos... e é assim que a vida começa a ficar mais leve, mais livre, mais harmoniosa.

Lembre-se sempre: A energia que quero ter é a que terei de emanar. Simples assim.

in "Conexão - O que Jesus me ensinou" de Alexandra Solnado

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

E se eu tiver 24 horas de vida?

Ontem enquanto caminhava após o jantar, uma pergunta assaltou-me: - ''E se eu morrer hoje? E se me restarem apenas 24 horas?''

E de repente arrepiei-me e todo e pensei - Não posso morrer porque ainda me falta muito por viver!

Então dei-me conta que parecemos pessoas que caminham pela neblina, sem ver nada, cada dia tem pouco mais a oferecer que outro, pouco mais nos esforçamos por sair dali.
Vamos dando razões, vamos deixando o tempo passar....

Mas o tempo passa e um dia pode ser tarde.

Então todos os dias deveriamos pensar nestas 3 perguntas ;
E se eu morrer hoje?
 Se morrer hoje o que me faz feliz e deveria lutar com todas as forças ?
Se morrer hoje que bem posso deixar como legado aos outros e ao mundo?

Penso que deveríamos  pensar nisto com alguma  assertividade e atenção para que cada dia não seja mais um dia normal mas um dia em que demos o nosso Melhor para os outros e para Nós.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Eu nunca estou transtornado pela razão que imagino


Pode ser o carro ao lado que apita, pode ser o patrão que ralhou, pode ser uma critica da mãe, ou uma namorada que fez um comentário para o ar.
De repente ficamos zangados.
Ofendidos.

Olhamos a tv e lá está aquele labrego a ganhar milhões. ''-Então ele escolheu um emprego com futuro e que se ganha bem''.
Situações normais, não existe sequer um canhão apontado a si.
E de repente já estamos furiosos.
Atiramos com a porta.
Atacamos, criticamos, falamos mal, fugimos, ignoramos,,,, mas la continua a dor.

O mais curioso é que racionalmente EU NUNCA  ESTOU ZANGADO OU TRANSTORNADO PELA RAZÃO QUE IMAGINO.

Não foi o condutor ao lado, nem o patrão, nem a mãe ou a namorada o quem quer que seja.
Mesmo que tenha sido para nós.
Não é o jogador, o jornal, a sociedade, ou o que seja.
Não é com eles que estamos zangados.

É connosco mesmos!

Somos nós que levamos a peito.
Mesmo quando é um comentário sobre alguém que tem bom emprego, lá está o nosso Nó Emocional a comparar. Ele sente como se fosse uma afronta directa.
E de repente a parte dorida vem ao de cima.
''Ele/ela/vida/sociedade está a dizer que não sou bom.''

E então raiva, vingança, poder, isolação ou mesmo suicidio são reacções a um Factor Não causal.

Projectamos no outro, na vida e na sociedade a FERIDA.

Obviamente que por vezes temos  algumas razões para estarmos mais transtornados, mas em 99% das vezes tudo resulta da nossa própria frustração ou rejeição da Aceitação que é o que é.

Como um monologo de Teatro falamos connosco próprios, partimos loiça, ou tomamos medicamentos, tapamos com mais emoções o buraco que está cá dentro, a nossa criança interna ferida algures no passado com alguma situação.

Quando percebemos que não é o outro que é a fonte da hostilidade, podemos pouco a pouco aceitar as situações como são, crescendo pouco a pouco a nossa estima e curando lentamente a Ferida da criança que somos.

Mas o primeiro passo é esse reconhecer, que não estou assim devido a X mas devido a mim mesmo, á minha dor, baixa auto estima ou simplesmente dificuldade de aceitar que é o que é.

domingo, 14 de agosto de 2016

Reflexão


É a Dúvida (vivida muitas vezes no início como fraqueza) que faz as coisas mudar. Quando um homem se sente inseguro, quando vacila, quando um saber arduamente conquistado se evapora diante dos seus olhos, é quando está no limiar do crescimento. A reconciliação, subtil ou violenta, da pessoa exterior com o seu íntimo parece muitas vezes, no início, um erro, como se avançássemos na direcção errada e nos perdêssemos. Mas isso não é senão a emoção que anseia pelo que lhe é familiar. A vida acontece quando o poder tectónico da nossa alma silenciosa irrompe através dos hábitos estagnados da nossa mente. A Dúvida não é mais que do que uma oportunidade para reentrar no Presente.

Existe um momento de desconforto em que a intensidade com que acreditamos começa a enfraquecer mas em que a hipocrisia ainda não se instalou, em que a consciência está perturbada mas ainda não alterada. É a experiência mais perigosa, importante e mais actual da vida. O início da mudança é o momento da Dúvida. É aquele momento crucial no qual ou renovo a minha humanidade ou me torno uma mentira.

Jason Patrick Shanley, in Dúvida

sábado, 13 de agosto de 2016

Evoluir

Percebemos que o mundo evoluiu quando vemos uma animação em que uma personagem tenta vender vibradores a mulheres necessitadas!!


terça-feira, 9 de agosto de 2016

Stranger Things/ Mr.Robot - Silly season no more

Julho, Agosto e o principio de Setembro eram também as férias para as grandes series de Tv.

Pois bem, isso terminou.

Primeiro, Mr.Robot.
Paranoico, conspirações, série bem construida, optimos actores...

Elliot é um jovem programador que trabalha para uma empresa de segurança online. No entanto ele é um hacker nas horas vagas. Mas além disso ele sofre de fobia social, além de outros problemas como adição, multiplas personalidades,etc.
A série gira em volta de um misterioso lider, Mr.Robot ( Christian Slater) que o recruta para destruir uma das maiores corporações do mundo, que está envolvida em todo tipo de escandalos, uma espécie de Clube Bilderberg.





















Já Stranger Things, traz de volta Winona Ryder (talvez num dos melhores papéis dela de sempre) no papel de uma mãe cujo filho de 9 anos desaparece. Mas nada é o que parece, uma criança com poderes telepáticos, monstros sem face, e tudo o que podiamos esperar dos anos 80.

É talvez uma especie de Milk Shake de Spielberg + Goonies + tv Vintage + uma pitada de TwP.




Ambas as séries são extremamente diferentes do habitual, e podemos ver isso na avaliação do IMDB onde Mr.Robot tem 8,8 e Stranger things 9,1

Ich bin ein Berliner












domingo, 7 de agosto de 2016

Auf Wiedersehen Berlin!

1º dia

São 4 da manhã. Visto-me tão rapidamente quanto silenciosamente.
Arrumo o que falta - levar o computador, transformadores, etc.
Despeço-me da minha mãe ligeiramente angustiado - vai dentro de 5 horas ao médico para saber resultados do RX e eu não vou estar lá!

As estradas estão vazias e senhor Álvaro põe-me no aeroporto em menos de 15 minutos.
Após check in, embarque, descolagem, adormeço.

São cerca de 3 horas e 20 até Berlim. Devo ter dormido cerca de uma hora e pouco.

Aterro ás 10h20 em Schönefeld. 
Perante tantas linhas de U-bahn ( metro) e S-Bahn (comboio urbano) ficamos meio perdidos.
Encontro dois portugueses, o Pedro e a Márcia.
Em Oskreutz a Márcia segue para outro destino, eu e o Pedro vamos até Alexanderplatz. É ai o seu hostel e o meu host provavelmente só chega à 1h-2h da tarde.

Com ajuda do mapa e de algumas pessoas lá encontramos o Hostel.

Afinal o meu host vai chegar bem mais cedo. Marco encontro no centro da Alexanderplatz. junto ao ''relogio solar''. 
3 minutos diz-me ele.

Entretanto uma simpática mas chata mulher de alguma seita cristã aborda-nos. Em inglês tento despacha-la, mas ela é teimosa.

No entanto por detrás de mim oiço alguém falar para a mulher: '' Please don't believe in anything this portuguese said''.

O meu host, meu amigo, Klaus.
Abraço-o como se abraça um irmão.

Partimos de S-bahn até Bellevue onde ele tinha a bicicleta.
Reparo que a cidade não é apenas feita de belissima arquitectura, mas também cheia de zonas verdes, árvores em todos os cantos e muitas vias para bicicletas.

Passo pelo rio Spree até chegarmos a Moabit, e ai à Turmstraße e à rua onde mora o meu amigo.

Fico fascinado com o edificio onde Klaus mora.
Lembra muito os edificios americanos, um estilo muito Woody Allen - predios com jardins interiores, escadas portentosas e portas desenhadas.
Apesar de ser uma zona de muitos imigrantes, em especial turcos, árabes, etc existe uma grande paz. Não se ouve sequer barulho do transito!

Após o almoço e ele me ter mostrado um pouco Moabit, partimos de novo para Alexanderplatz.
Joanna está a chegar.

Ainda visito uma igreja protestante, por sinal bem simples mas bonita. Tomamos um autocarro até Hauptbahnhof ( uma espécie de central de metro, bus e comboios), e ai um novo S-bahn.

Joanna já devia ter chegado. O autocarro acabado de chegar de Stetino diz que não veio ninguém com a descrição. Telefonamos até que recebemos sms - A chegar!

Joanna vem no autocarro posterior, afinal da Polónia até Berlin são apenas duas horas.

Apanhamos um autocarro panoramico para conhecermos melhor cidade - Unter den Linden, Brandenbourger tor, Humboldt university, Reischstag, Siegessaule,etc.

Klaus aluga um carro. Em Berlim existe um sistema de aluguer de carros bem interessante - existem carros da gama espalhados por toda cidade. Com telefone encontra-se o mais perto e aluga-se o mesmo. Depois onde ficarmos ai fica o carro, podendo depois se desejarmos ou ficar com o mesmo carro ou outro.

Vamos jantar para os lados da Rosenthaler Platz, um restaurante de tapas, onde se come bem, mas coelho não era coelho!!!

Após o jantar fomos beber uma Moscow mule e ficamos mais de uma hora na conversa. 
A Joanna pode exercer um pouco a sua profissão de Psicóloga e incitou algumas questões que ainda hoje tou a tentar descobrir.

Por fim já no nosso ''hostel'' bebemos um vinho Chianti, no meio de risos, piadas e diversão.


2º dia

Não durmo muito e acordo com alguém a ''xingar'' um portugues!!

Após o pequeno almoço o Klaus telefona a um amigo para pedir bicicleta emprestada. Ele tem duas mas somos 3.

Já todos equipadas vamos em direcção a Bellevue, passamos pelo Reischstag, visitamos o Memorial das vitimas no Nacional Socialismo.  Depois vamos em direcção ao Portão de Brandenbourg onde uma marcha pelos direitos humanos e democráticos na China está a ser encetada.
Passamos pela Wilhelmstraße, até á famosa Friedrichstraße onde fica o famoso Checkpoint Charlie.

Devo confessar que era um dos pontos que mais tinha curiosidade em conhecer.
Ai muitas pessoas vendem adereços e peças da antiga GDR (República democrática Alemanha), vários actores vestidos em roupas de policias quer americanos, quer russos ganham algum dinheiro com fotografias.

Visitei ai ao lado um Museu sobre o Checkpoint Charlie e a Berlim sitiada e podemos ver alguns pedaços do muro que estão ai expostos.

Após o almoço visitamos a Gendarmenmarkt, onde fica um auditório onde se toca tanto música clássica com ópera, ladeado pelas catedrais alemã e francesa.

Passamos pelo Berliner Dom, a catedral de Berlin. Infelizmente com o turismo paga-se oito euros para entrar. Apenas durante missas se pode visitar sem pagar.

Passamos na ''Ilha dos Museus'' onde se situam os museus mais importantes.

Após isso ficamos no Montbijoupark a beber cervejas. Já a Joanna encontrou distracção a ver danças de salão e tango que todas tardes preenchem o jardim.

Compramos bilhetes para a peça de Goethe, The Fellow Culprits, que iniciava as 21h.

Quando tentamos ir para casa apenas de bicicletas não podemos - havia uma manifestação da Extrema direita em plenas avenidas centrais. Tivemos então que apanhar S-Bahn até Bellevue.

Após o jantar fomos então ao Teatro onde nos divertimos com a peça. 
Apesar de estar em alemão, eram projectadas numa tela subtitulos em inglês!

Após a peça fomos caminhando até casa... um pouco a contragosto de certo alemão que já estava cansado! 
Fomos beber uma imperial um bar já em Moabit, e entre risos e piadas iamos ouvindo musica numa jukebox do bar. Klaus sempre como meu ''professor de alemão''  mandando-me comprar as bebidas e fazer pedidos...

E divertidos e tocados vamos para casa...e ficamos ainda um bom bocado na varanda a beber, fumar, conversar e rir...

3º dia

Acordamos já um pouco tarde.
Tomamos o pequeno almoço num café turco.
O Klaus pediu uma especie de ovos de tomatada, com pão, sumo de laranja e chá. 
A Asia pediu omelete.
Eu como não como coisas dessas ao pequeno almoço fiquei pelo pão com manteiga, chá e sumo.

Fomos depois até Bernauer Straße. Ai existe uma longa área onde era o Muro de Berlin. 
Vários elementos do muro, armadilhas, armas, etc podem ser vistos.
Contam-nos a história. De como foi no pós guerra, dos tempos em que os cidadãos do Este podiam livremente ir ao Oeste, de como no inicio existia apenas arame farpado, até ao muro e consequentes linhas de armadilhas com metralhadoras, bombas, etc.

Existe ai uma igreja pequena. Foi dinamitada pelos russos, mas reconstruida nos anos 90.
É a Igreja da Reconciliação.
Aí pus uma vela pelos meus amigos e familiares!
E pouco depois, dois amigos meus voltaram a entrar lá dentro para pôr uma vela por mim também!
- Pusemos mais que uma, porque tu bem precisas! - ironizou o meu amigo alemão à saida da Igreja.

Após isso fomos até o centro de documentação. Podemos ver partes intactas do muro, com torre vigia, armas. Lá dentro vimos também documentários sobre a Queda do Muro.
Devo confessar que de repente me lembrava bastante do que vi sobre o 25 de Abril.
Aqueles dias históricos da liberdade!!!

De alguma forma lembrei-me como uma profecia portuguesa ( Fátima 1917) unia um Papa polaco e um muro alemão. De alguma forma sentia esta estranha sensação que representavamos também algo estando ali os três.

Fomos almoçar pouco tempo depois para os lados da periferia da cidade.
Mandamos vir duas pizzas para os três enquanto bebiamos um sumo fermentados.

Após isso fomos levar a Joanna até Alexanderplatz, onde nos despedimos dela.

Voltamos para casa, onde fiz o jantar.
Ficamos a ver o filme The fighter, com Mark Wahlberg e Christian Bale, e fomos por volta das 0h beber uma cerveja a um bar perto.

4º dia

Acordei cedo porque o Klaus tinha que ir trabalhar.
Por muito que me mandasse voltar a dormir, não consegui.

Levantei-me pouco depois e de bike fiz um tour. 
Fui até a Friedrichstraße, onde comprei dois livros - German, memories of a nation e Neverwhere de Neil Gaiman.
Depois visitei o Neues Museum com imensas galerias sobre Egipto. Adorei ver a Nefertiti, a estela com imagem de Akenaton e Nefertiti que via nos livros do curso de História.
Também me entretive a ver a ala de arte romana.

Fui almoçar com o Klaus e a Yoan.
A Yoan é uma indonésia que mora há vários anos em Berlim. 
Klaus pediu que ela fosse a minha guia para eu conhecer melhor outras zonas da cidade que não apenas o mais central e mediatico.
A Yoan levou-me até East Side gallery - 3km de Muro de Berlim que serve de museu de grafittis.
Após isso visitamos Wrangelkiez, uma zona de contra cultura, com imensos bares, edificios reabilitados por góticos e hippies.
Visitamos vários parques, entre eles o de Tempelhofer feld, onde até há menos de 10 anos era um aeroporto.

Por fim deixou-me no meio do Tiergarten, ao pé do monumento Siegessaule, onde subi mais de 500 escadas a pique para ver uma estrondosa vista sobre Berlim.

O Klaus chegou cedo, jantamos e fomos para um bar.
Recebemos ainda chamada dos EUA. É a nossa amiga Gail, que tocada com a reunião dos amigos do quarto 33, tem saudades nossas.
Mandamos abraços mas contamos que Joanna já voltou para a Polónia :(

5º dia

Acordei a mesma hora.
Visitei a Gemaldegalerie, onde vi arte de Velasquez, Botticelli, Van Eyck, entre outros.
Almoçei pos lados da Kurfürstendamm.
Visitei velhas ruas e largas avenidas. 
Um forte contraste - ruas velhas cheias de artistas de rua, alguns pedintes, casas nostálgicas, e avenidas largas, com as grandes lojas internacionais como Starbucks, Maxmara, Zara, Louis Vitton, etc.
Antes de voltar para Moabit, revisitei o Volkspark Wilmersdorf, um belo parque que tinha visto com a Yoan.
Nessa noite jantamos e o Klaus foi mostrar-me Potsdamer Platz, onde vimos o novo filme Star Trek.

6º dia

De novo acordei cedo.
Fui em busca de uma livraria homeopática. 
Apenas livros da área.
Apanhei U-bahn para Güntzelstraße, e facilmente descobri livraria.
A senhora da livraria foi muito simpatica e fez desconto dos 3 livros.

Depois fui caminhando pela cidade. Tinha combinado almoçar com Klaus mas apenas as 13h.
Victoria Louise Platz, Nollendorf platz, e dai até Potsdamer platz.

Pude conhecer melhor a zona durante o dia. 
Infelizmente começou a chover e tive que ir tomando abrigo em lojas até acalmar.

Fui até ao Checkpoint charlie onde comi um hamburguer.
Depois passei pelo Rothes Rathaus, e comprei alguns souvenirs para a minha mãe.

Almocei com Klaus na Klosterstraße.
Voltei a Moabit para pôr o que tinha comprado e fiquei ai um bocado porque chovia bastante.
Tinha combinado com a Yoan ir conhecer  Charlottenburg.
Perto das 17h estava tão entretido e a olhar para hora portuguesa que por pouco chegava atrasado ao encontro com a minha amiga na estação de Tiergarten.
Felizmente ela chegou atrasada.

Até Charlottenburg fomos por atalhos, pelo rio e pelos parques.
Pude perceber que essa area era para gente com mais posses ou pelos menos uma area mais conservadora.
Infelizmente já era tarde para visitar o Palácio, mas pude visitar os jardins, o mausoléu, etc.

Na volta compramos vinho, e abrimos uma garrafa de Porto.
Ainda fiquei um pouco bébado e tenho noção de só ter dito parvoices.
Adormecemos todos perto da 1h.

7º dia

Acordei cedo com o Klaus a acordar-me.
Vesti-me, arranjei a mala para a viagem.
Tinha que estar no aeroporto as 11h.
Tomamos o pequeno almoço juntos.

Depois ele levou-me à estação central de Hauptbahnhof.
Momentos antes do meu comboio partir deu-me um saco com t-shirt ( tinha também um iman e uma chapa I love Berlin).
Um abraço e um alemão tentando não demonstrar emoções lá me meteu no comboio.
Pela primeira vez  enquanto o comboio/metro começava a se afastar pude ver alguem com uma lagrima no canto do olho.
Apesar de ser muito emocional, tive que dizer para mim mesmo, com uma especie de ironia - Na Alemanha sê alemão, no emotions João!
Aeroporto, voltar a casa...

Foi bom rever afilhado, minha mãe, familiares.
By the way o Rx da minha mãe parecia estar tudo ok.


Berlin é verdadeiramente uma bela cidade.
E apesar dos alemães não serem na maioria muito faladores ou afectuosos, não são desrespeitadores nem antipáticos.

Vim/Fui a Berlim por causa do Klaus e da Joanna. mas venho com a sensação que é uma cidade muito boa para se viver e visitar. 

Auf Wiedersehen Berlin!

Orangina ainda se bebe na Alemanha!

Moabit, Igreja pentecostal

Rothes Rathaus

Kaiser Wilhelm Gedächtniskirche

Memorial pelos judeus mortos pelos nazis

Um jornal no museu Checkpoint Charlie

Eu e Joanna em Brunnenstraße

Uma blasfémia chamada Deus

 Deus é uma blasfémia. O Deus de Isaac, de Jacob, de Jesus, de Krishna ou que nome seja. Deus é amor diz São João. Onde está esse amor quand...