Pode ser o carro ao lado que apita, pode ser o patrão que ralhou, pode ser uma critica da mãe, ou uma namorada que fez um comentário para o ar.
De repente ficamos zangados.
Ofendidos.
Olhamos a tv e lá está aquele labrego a ganhar milhões. ''-Então ele escolheu um emprego com futuro e que se ganha bem''.
Situações normais, não existe sequer um canhão apontado a si.
E de repente já estamos furiosos.
Atiramos com a porta.
Atacamos, criticamos, falamos mal, fugimos, ignoramos,,,, mas la continua a dor.
O mais curioso é que racionalmente EU NUNCA ESTOU ZANGADO OU TRANSTORNADO PELA RAZÃO QUE IMAGINO.
Não foi o condutor ao lado, nem o patrão, nem a mãe ou a namorada o quem quer que seja.
Mesmo que tenha sido para nós.
Não é o jogador, o jornal, a sociedade, ou o que seja.
Não é com eles que estamos zangados.
É connosco mesmos!
Somos nós que levamos a peito.
Mesmo quando é um comentário sobre alguém que tem bom emprego, lá está o nosso Nó Emocional a comparar. Ele sente como se fosse uma afronta directa.
E de repente a parte dorida vem ao de cima.
''Ele/ela/vida/sociedade está a dizer que não sou bom.''
E então raiva, vingança, poder, isolação ou mesmo suicidio são reacções a um Factor Não causal.
Projectamos no outro, na vida e na sociedade a FERIDA.
Obviamente que por vezes temos algumas razões para estarmos mais transtornados, mas em 99% das vezes tudo resulta da nossa própria frustração ou rejeição da Aceitação que é o que é.
Como um monologo de Teatro falamos connosco próprios, partimos loiça, ou tomamos medicamentos, tapamos com mais emoções o buraco que está cá dentro, a nossa criança interna ferida algures no passado com alguma situação.
Quando percebemos que não é o outro que é a fonte da hostilidade, podemos pouco a pouco aceitar as situações como são, crescendo pouco a pouco a nossa estima e curando lentamente a Ferida da criança que somos.
Mas o primeiro passo é esse reconhecer, que não estou assim devido a X mas devido a mim mesmo, á minha dor, baixa auto estima ou simplesmente dificuldade de aceitar que é o que é.
Sem comentários:
Enviar um comentário