Domingo. Benfica vence a Taça.
E os adeptos sentem-se como se tivessem sido eles a jogar e a vencer.
Segunda. Uma velhota comentava com outra a politica.
Como se por criticarem ou falarem estivessem a ter um papel na vida.
Terça. Facebook.
Percebo como milhares de pessoas por gostarem, criticarem e verem se acham participantes da vida dos outros e da sociedade.
Isto levou-me a este texto de Maria Lisete Soares:
'' O Autêntico cumpre-se.
(...)
Do mesmo modo, a imprensa, que mais não é que o espelho do astral das sociedades.
A imprensa pode ser um criador consciente de Luz e Justiça. Na maior parte dos casos, no entanto, repete, comenta, acrescenta, deturpa.
A imprensa tem grandes responsabilidades nas noticias que põe a correr, em relação a todos os que lêem, vêem as imagens e são assim tocados nas suas emoções.
Emoções que se juntam ás de outros, e outros, e outros e criam verdadeiras ondas, seja de ódio ou de admiração, de inveja, de toda uma variedade de sentimentos.
O mais espantoso é que os leitores, pelo facto de o serem, se julgam a participar nos acontecimentos. A confusão é tal, a noção de actualidade da vida tão baixa, que meros comentários a um acontecimento dão aos humanos a ideia de que têm interferência nos factos.
É como estar a ver um filme e julgar-se a viver a cena que se passa no ecran. Este erro é considerado grosseiro pelo individuo civilizado, mas ele comete-o em relação a outras realidades.
Daí a necessidade que tantas pessoas têm de se ''manter informadas''. É a única maneira que conhecem de se sentir actuantes. Infelizmente, é uma falsa maneira.''
por Maria Lisete Soares, em Inspiração e Prática.
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