quinta-feira, 8 de maio de 2014

Milk - Despertar da identidade interior

Este texto estava no meu antigo blog - Retiro de Monsieur Malah. Era uma critica e de algum modo uma reflexão sobre o filme Milk.
Uma reflexão intemporal...


Ontem vi um filme - Milk- de Gus van Sant sobre a historia do activista para o direito dos homosexuais.


Eis o que aprendi com o filme e a lição que me deu.

Não foi apenas uma lição de tolerância, mas deixem que vos conte por alto a historia:


A historia começa com Milk em Nova Iorque, vivendo uma vida normal, tentando demonstrar algo que nao é - heterosexual.

Entao na vespera do seu aniversario (vai fazer 40) ele conheçe Scott Smith, um homosexual como ele e têm uma noite de amor. Quando a noite esta a acabar Milk confessa a Smith que tem 40 anos e nunca fez nada na vida que se orgulhasse, que valesse a pena.

É a partir deste momento que ambos decidem se mudar para S.Francisco, para uma zona da cidade chamada Castro, muito conhecida pela sua populaçao hippie, gay e liberal. No entanto S.Francisco esta a beira de um colapso em que os homosexuais nao têm direitos.


Harvey vai nao so despertando o seu Verdadeiro Eu, de um conservador -tentativa de hetero- para um verdadeiro homosexual, e pouco a pouco tornando-se um politico e por fim um martir.


Ele e Smith abrem uma loja de fotografia, com outros vao boicotando com sucesso os negocios de pessoas homofobicas, e fazendo despontar um movimento.


Apos varias candidaturas a Camara, e sendo recusado nas urnas (com a cada ano menos votos contra ele), ele finalmente Ganha e decide criar uma politica liberal.


Quando algumas campanhas nacionais surgem, como o objectivo de impedir os homosexuais de serem professores, medicos, etc.

Estas propostas sao rejeitadas entao por Milk e por uma massa gigante activista que se originou na Castro, com o proprio Milk.

Antes do seu assassinato, Milk discursa e diz que cada pessoa tem de sair do armario, tem de se assumir, tem de lutar, tem de vencer.


Numa gravaçao feita por ele quando se sentiu ameaçado : Se uma bala atravessar a minha cabeça, que essa bala arrombe todas as portas dos ''armarios'' que existem''.


Apos reflectir muito sobre o filme podemos perguntar:

Que armarios sao estes? Sao apenas os de nao se assumir a sexualidade ou existem outros armarios?


Que massa é esta? Sao apenas os gays ou as pessoas que finalmente despertam?


Que potencial tinha Milk que ultrapasse qualquer um de nos?


O que é fazer algo com que nos orgulhemos, com que faça a vida ter sentido?



Isto sao questoes alem da sexualidade....alem das raças, das etnias, da politica, da religiao.


Os Armarios sao o medo de sermos quem Verdadeiramente Somos!!!

Temos medo de nos expor, de sermos quem somos, ligamos a ritos sociais e a praticas religiosas arcaicas. Se gostamos de ir com roupa multicolor para a rua nao vamos porque temos medo dos outros, de sermos ridicularizados. Os armarios nao dizem respeito apenas ao manter as aparencias, vao alem disso.


Os Armarios, na minha concepçao, sao todos os limites que nos sao impostos, sao tudo o k limita a nossa Existencia.Uns (como no filme) tem medo de se assumirem homosexuais, outros tem medo de viver uma vida ao contrario do que os pais desejam, outros temem pelo que o vizinho ou mesmo o que a noiva vai dizer.


É o Armario tambem da dependencia economica, da obrigaçao, do stress, do emprego que se odeia, etc


Os armarios nao sao fisicos, sao apenas construçoes para Nao Sermos quem Somos.


Quanto a esta massa, quem é ela? Esta massa precisa de existir, e nao apenas a marcha dos gays, mas a marcha das pessoas que estao indignadas. A marcha dos professores, dos enfermeiros, dos estudantes, dos policias, mas nao so.


Todos somos seres sociais, que vivemos enbutidos num mundo de stress, de fazer o que os outros querem, de sobreviver num emprego apenas pk precisamos de dinheiro, vivemos num Mundo e NINGUEM VIVE.


Esta marcha que Harvey Milk ajudou a organizar nao me interessa. Interessa a MASSA que deve despertar.A Massa é a Humanidade, DESPERTA para viver a vida plenamente, seguida pelo que È, pelo que SENTE, e nao pelo que os outros dizem, pelo que temos ou nao de fazer, pelas aparencias.



Harvey MILK é igual a todos nos. Mas é tambem igual a Ghandi, a Santos. Porque na verdade o que difere as pessoas é a sua missao interior e pelo grau de Despertar.

Todos nos podemos conseguir o que ele conseguiu ou mais.


Basta sermos determinados em Seguir o nosso Sonho, o nosso Objectivo.


Não esqueçamos Martin Luth King e que actualmente temos finalmente um Negro no comando da América.

Temos de ser Pacificos, mas sendo pacificos temos de lutar pelo que amamos, pelo que sonhamos, pelo que somos.

Aos 40 anos Harvey Milk dizia nao ter feito nada na vida que se orgulhasse. Em 8 anos tudo mudou, porque ESSENCIALMENTE ele tornou-se NELE mesmo.


Isto pode dar-nos uma pista de que se formos Verdadeiramente quem Somos, podemos mudar a nossa vida, e orgulharmo-nos com Ela.


A vida só tem Sentido se for vivida, se aproveitarmos cada segundo, cada sorriso de uma criança, cada flor, cada Outono, cada beijo, cada abraço, E SE VIVERMOS SEGUNDO OS NOSSOS SONHOS.


Ninguém pode viver por nos.

Todos podemos ser como Harvey Milk.

Deixo-vos com as palavras de um Mestre: Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras MAIORES fará

Este texto nao é nenhuma elegia, mas sim uma reflexao.

Sem comentários:

Enviar um comentário

25 de Abril

 Parece que Alzheimer invadiu a mente de grande de parte dos portugueses, tendo muitos repudiado o dia da Liberdade e aplaudindo ditadores e...