Pode contribuir com um capitulo ou apenas um paragrafo....
I
''Querida Manderley, enquanto te escrevo esta carta a minha alma entrou numa angustia tremenda. Sei que isto pode parecer ridiculo, mas acho que estou a ser vigiada.
Nao me perguntes porque, ou como, porque nao te saberei responder. E nao julgues tambem que isto é um delirio de uma recem-casada que nao tem nada, nem ninguem com quem conversar.
Bem sabes que Ausbreyville fica ao lado de um promontorio, e que a nossa casa fica a mais de seiscentos passos da vila, mas nao é a solidao que me assusta. Ja passei por periodos bem piores, quando o Pierre teve tuberculose e fiquei aqui sozinha, com a companhia matinal da Tia Sarah, mas ficando as tardes e as noites aos cuidados de July, o meu pequeno gato de olhos verdes....
Pierre passa os dias na praia, corre pela praia, deita-se ao mar, buscando um sopro de criatividade para as suas telas.
Depois que a Tia Sarah faleceu, que Deus tenha em paz a sua alma, nunca mais pude dormir descansada. A imagem do seu rosto gelado, as suas maos ja verdes amarradas a cadeira de baloiço, tudo isso ainda me assusta e me atormenta de noite.
A noite passada adormeci ja tarde, ja Pierre dormia profundamente. Vi-me ao pé do mar, e o meu corpo era arrastado pelas ondas, e vi a minha face livida e assustada a ser lavada a todo o momento pelas aguas salgadas. Os meus olhos estavam esbugalhados como os da tia Sarah. Antes de abrir os olhos contudo, dei comigo acordada, e ouvi no silencio do quarto como se fossem passos, e depois uma voz rouca e malefica passando as maos pelo meu cabelo.
Mas quando abri os olhos momentos depois nao vi ninguem. A porta estava fechada, mas a pequena janela que da para a praia estava entraberta. Pierre dormia ainda.
Só espero que tudo nao passe de um delirio querida Manderley. So espero que a minha alma nao esteja certa, e que tudo nao passe de um delirio da minha mente.
Com amor, da tua irma, Elizabeth ''
Sem comentários:
Enviar um comentário