quarta-feira, 9 de setembro de 2009

NO capitulo II

Debbie olhava o mar. Ali no promontorio de Ausbreyville, perto da casa que lhe coubera na herança da sua mae.
A casa tinha mais de 80 anos. Pertencera a sua tia-avó Elizabeth, e passara depois para a sua avó Manderley, e mais tarde para a sua mae. E agora era de Debbie.
Debbie tinha cerca dos seus 33 anos. Cabelo ruivo, olhar esquivo, feiçoes esbranquiçadas, usava sempre (ou quase sempre) jeans e gostava de vestir peças baratas, nunca se importando com marcas ou outro tipo de etiquetas.
Como fotografa que era, Debbie procurava ver sempre as coisas de um prisma diferente. quando na herança da sua mae lhe coube a velha casa de Ausbreyville, ela nao pulou de contente, mas nao ficou tambem chateada por ter ficado sem o apartamento de sua mae, que calhou ao seu irmao mais velho, Junot.
Ausbreyville tinha menos de 30 pessoas. Contaram-lhe que sempre fora uma vila pequena. Uma vila perdida, que vivia do mar e da agricultura.
Debbie vivera sempre na capital. Mudar-se para Ausbreyville era algo impensavel.
Esperava poder restaurar a velha casa tornando-a no seu refugio do stress, a sua casa de ferias.
Debbie dirigiu-se de novo a casa. Nao estava muito estragada apesar dos anos. A sua mae havia morado ali durante a Segunda Grande guerra, por temerem que os alemaos chegassem e destruissem a capital. Mas nem a sua mae tinha memoria disso, era pequena na altura.
A sala era muito grande, espaçosa, com uma grande lareira, e com a cozinha unida por uma portinhola. Tinha escadas para um primeiro andar. Estas estavam velhas, mas a carpete que fora colocada no inicio da sua fundaçao ainda se fazia notar.
Subiu as escadas lentamente, roçando a sua mao na parede amarelada, investigando com o seu tacto, procurando as memorias de um tempo perdido.
Era um primeiro andar pequeno, composto de apenas um quarto, uma arrecadaçao e uma pequena sala (que fora adaptada pelo seu pai para ser a casa de banho).
Debbie reparou que o quarto tinha uma pequena janela com vista para a praia e para o promontorio de Ausbreyville.
Havia um antigo estrado (que outrora devia ser a cama) e uma escrivaninha.
Debbie estava cada vez mais encantada com aquele lugar.
Abriu a escrivaninha. Para sua surpresa estava cheia de livros velhos, alguns envelopes e canetas de tinta.
Sentiu-se nesse momento mal disposta. Como se de um enjoo se tratasse.
Desceu as escadas e sentou-se no vao das mesmas.
Estava a ter de novo um ataque. Começou a vomitar, a sua mao tremeu e os seus olhos fecharam-se.
Durante cerca de 50 minutos a sala, a Casa voltou a estar em silencio absoluto.
Tal como estivera nos ultimos 80 anos.....



CONTINUA

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