segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Darma e Karma - a história de um cão e muito mais...

O Darma é considerado pelo Budismo e Hinduísmo como o Caminho da Justiça, fazer o correcto, promover o bem estar dos seres sencientes, ou seja dos seres passiveis de terem alegrias e sofrimentos, como são os seres humanos e todos os animais.

Os meus últimos 3 dias foram bastante curiosos.

Na Sexta feira fui lanchar com uma amiga, quando regressei a casa, não tínhamos Meo - sem TV, nem Internet.
Curiosamente a questão da Internet não me fez muito incomodo, fez-me mais  falta a televisão.

Estou a ler já há uma semana um livro do Dalai Lama, que penso que seria útil para todas as pessoas
 - A Alegria de Viver e Morrer em Paz. E a reler o livro Mais Feliz que Deus, do Neale Donald Walsch, que me ofereceu o Ricardo há uns natais atrás.

Achei curioso os livros surgirem nesta altura da minha vida e têm-me ajudado a ter uma nova perspectiva e a co-criar a minha realidade.

'' Se tornarmos  as nossas mentes ainda mais abrangentes, embarcamos num empreendimento muito maior do que um bom renascimento ou do que a nossa libertação dos sofrimentos. Passamos a pensar não apenas em nós próprios mas também no bem-estar de todos os outros seres sencientes.''

'' Onde houver uma Vontade, há uma maneira.''

'' Todo o acto é um acto de autodefinição.''

'' Sendo assim, aquilo que fazes pelos outros, é por Ti que o fazes. O que deixas de fazer por outros É o que não fazes por ti mesmo''.

Estas são algumas frases dos livros acima referidos que me tocaram.
E é verdade, assim como a Terra gira á volta do Sol, a nossa vida gira em volta dos outros. Mas para a Terra girar á volta do Sol precisa Primeiro de girar sobre si mesma, assim para servirmos e amarmos os outros, precisamos de encontrarmos o nosso lugar no mundo, viver a nossa Missão, a nossa Essência.

Percebi que o Amor é algo muito maior.
Entendi também que ao não fazer nada por ninguém, eu me definia a mim mesmo.
O mendigo na rua, a guerra lá longe, as crises, tudo isso Eu posso tomar uma posição.
E ao deixarmos para os outros, ou tomando-me como vitima ou incapaz  o Ser define-se assim, e nunca pode Criar o Mundo que Sonha se ele proprio não Agir.
E pensei - eu poderei sempre fazer Algo, nem que seja orar e enviar o meu amor.

Além disso no livro de Walsch falava que para Nos atrairmos algo que Sonhamos, temos vários desafios á Lei da Criação, aka o Segredo.
Tal como a Lei do oposto, que diz que sempre que Desejarmos Algo o Universo nos põe á prova.
Por exemplo : quero emagrecer....o que me dará o Universo ? antes que mais doces e refeições fartas para que eu possa testar esse meu desejo. E quando isso ocorre, é um sinal que o nosso desejo está a ser realizado, e o primeiro sinal é que o seu oposto surgiu.

Decidi que queria Uma vida maior.

No domingo, estava um dia excelente. Peguei na bicicleta e andei por caminhos meio perdidos, por cerca de 4 a 6 km.
Em certo local, mesmo no meio da estrada estava um cachorro abandonado. Devia ter no maximo 1 ano e pouco. Era um labrador ''quase perfeito''.
Era tão amoroso e bonito.... e ali na estrada sozinho, ja meio magro. Começou a seguir-me, e eu Rendi-me.

Senti que não era da minha natureza ser co-criador daquela situação e permiti que ele me seguisse.
Pelo caminho ia perguntando se conheciam o cão ou até se o queriam.
Ele seguiu-me até á Venda e ai começou o problema.

Pu-lo no quintal da frente, que está abandonado.
Mas a minha mãe  especialmente picada pela minha vizinha, me ultimaram que o cão não podia ficar ali, que tinha que o dar, ou em ultima instância voltar a po-lo onde estava....

Almocei, dei ao cão uma boa refeição e água e pegando na trela da minha cadela Regressei ao sitio onde o encontrei, a 4 km da Venda. De novo perguntando a toda a gente - Ninguém queria cão, ninguém conhecia, e pior Ninguém queria Saber.

Andei mais uns quilómetros e fui até á Rogel, porque o cão podia ter vindo pela estrada.
A certa altura, o cão começou com a pata a querer entrar numa casa e percebi que devia ter vindo dali.
Toquei a campainha e um homem disse-me que tinham-se mudado há uma semana para ali e que o cão não era deles, mas para ir mais abaixo perguntar a outro homem.

Desci, e o outro senhor contou-me que o cão era de um gajo que não pagou a casa e fugiu para uma terra, que percebi ser Xitoria ou algo assim e Abandonou o Animal.
Mas o senhor disse para eu regressar á Venda e ir ao Senhor Fiuza que ele queria um Cão.

Voltei....mais 6 a 7km a subir e descer montes....com isto tudo já eram 5h.
Fui a casa do Senhor...Nada, tava tudo fechado e ninguem me atendeu.

Fui a casa da minha amiga Cristina, grande defensora de animais. Ela disse-me que não podia ficar com ele porque já tinha dois, mas que no dia seguinte ela arranjaria de certeza um lar para o pequeno.
Deu-lhe mais uma boa refeição e voltei a casa do Senhor Fiuza.

Nada.

Entretanto encontrei o mesmo senhor que me tinha dado a informação. Ligou po Fiuza mas ele não voltava, só depois das 22h. Mas em principio ficava com o cão.

Ao longo da tarde o pobre animal, muito bonito e meigo foi baptizado de - Bobby Peru, mas não soava bem, e de Dharma, porque se tornou minha missão Dar-lhe um lar.

Voltei para casa destroçado, e a fazer esforço para convencer a minha mãe a ficar com o cão pelo menos 24h.
Os vizinhos da frente e a do lado continuavam a dizer que o melhor era ir po canil para abater ou então abandona-lo.

Em ultima instancia fui ate ao meu tio João, que é caçador. Mas a minha tia foi irreticiente e disse que ja tinha muitos cães, que não podia ter mais.

Olhei o cão e disse : tu não és Darma, és Karma!
Tentei outra pessoa, mas não estava.

Desesperei, em ultima instância tentaria por o cão no primeiro andar sem a minha mãe ver ou então po-lo numa cabana no monte com comida e agua até arranjar um dono.

Eis que surge o Sr.Alvaro, meu ''primo'' e taxista. Disse que a mulher o matava se ficasse com ele, mas.... De repente lembrou-se de alguém que queria um cão.

No fim da minha rua, no café trabalha um casal - o Ramon e a Adriana, que tem uma casita com um quintal medio e procuravam um cão.

Mal o Ramon viu o Darma tão meigo e bonito disse : - Fico com ele!

Senti um enorme alivio e o cachorro seguiu-o mansamente.

Fiquei Verdadeiramente Feliz de ter dado um lar ao animal, sabendo que são pessoas afáveis e com espaço para o ter.

Foi mesmo a minha missão. 

Pensei - Aquele cão não tinha dono, não tinha casa, não tinha amor. Eu tive uma tarde de preocupação e cansaço ( fiz mais de 13 km ontem!!), mas valeu a pena. De algum modo, eu tive uma acção positiva.... posso até não receber grande ''bom karma'' por isto, mas pelo menos fiquei Feliz e com a Consciência Absolutamente Tranquila.

E aqui vos deixo a foto que tirei ao Darma...



ps - so hoje vieram arranjar a Meo!! 3 dias sem tv, nem net........

1 comentário:

  1. Infelizmemte estão a ser abandonados muitos animais, sinto-me triste por isso, mas feliz por neste caso tudo acabou bem.
    Bem Hajas pelo bem que fizeste

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