sábado, 23 de janeiro de 2016

Em busca da verdade




''Uma vez mais saí pelo mundo.
Ao chegar na encruzilhada de todos os caminhos, perguntei o que era a VERDADE.

– Busca-a na Filosofia – responderam os filósofos.

– Não – argumentaram os políticos. A VERDADE está nos serviços prestados.

– Vai às catedrais – aconselharam os padres.

– Sem dúvida, a VERDADE é a SABEDORIA – asseveraram por sua vez os sábios.

– Renuncia a tudo – ordenaram os ascetas.

– Contempla e enaltece as maravilhas do Senhor – exortaram os místicos.

– Acata e cumpre as leis – recomendaram os governantes.

– Conhece-te a ti mesmo – cantaram os guardiões do Esoterismo.

– A VERDADE está nos números sagrados – deduziram os cabalistas.

– Vive os prazeres – aconselharam-me os epicuristas.

– Junta-te a nós – clamaram os revolucionários.

– Vive e deixa viver – gritaram os existencialistas.

– A VERDADE é um mito – sustentaram os céticos.

– A VERDADE é o passado – lamentaram-se os nostálgicos.

Derrotado e confuso, senti-me abatido, enquanto aquela multidão interminável se afastava, clamando e reivindicando “sua” verdade.

Perdido em meio a inúmeras reflexões, não me dei conta da chegada de um ancião que trazia nas mãos um diamante resplandecente.

– Quem és tu? – perguntei-lhe. E o ancião, estendendo as mãos, respondeu-me:

– Sou o guardião da VERDADE.

– Da VERDADE? Mas ela existe?

Sorrindo, o ancião aproximou o diamante do meu rosto e afirmou:

– A VERDADE é como este tesouro, que tem mil facetas. E cada um deve averiguar o que lhe toca no coração.''

“A Outra Margem” 
 J. J. Benitez

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