sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Fear the Fear




Sempre pensei que tivesse um medo, ou melhor um grande medo.

Esta noite por volta das 1h da manha ouvi o cão a ladrar incessantemente e tive a sensação de alguém andar no meu quintal. Esperei à janela sem fazer barulho ...nada.
Poucos minutos depois um ruído dentro de casa voltou a assustar-me. Estaria alguém em casa?

Lembrei me então do meu medo de ter uma doença mortal. Naquele momento isso não me assustava.
Havia algo mais premente e terrível. O meu fim viria mais rápido.
Naqueles instante percebi como o Medo é apenas UM, o resto são apenas formas, sejam eles doenças, cobras, aviões, lagartos, cães, etc.

Temos Medo da Morte, medo da Mudança, Medo da perda. Esse é o Medo original.
O resto são apenas formas, qual metamorfo o Medo assume!

Obviamente que este é um assunto para reflectir, pois no fundo mete metafisica com filosofia, psicologia...enfim com o Intimo de todos nós.
Aprofundar o medo é algo raro para a maioria das pessoas.
Têm medo e pronto. Ou tentam vencer o medo ''local''.

O medo local é uma especie de lesão in situ...num só espaço. Não é o Medo sistemico, o medo que corrompe que toma várias formas.

Uma pessoa, falo por mim e para mim, que tem um medo especifico, seja andar de bicicleta ou de doenças, o seu medo é apenas um símbolo, uma espécie de código para outros medos, que na maioria dos casos vai ate ao medo da morte.

Questionar o medo é quase uma experiência de coragem.
Ninguém o faz...
ou melhor apenas Debilmente o fazemos.

Tenho a vaga sensação que não questionamos o medo, porque questionar o medo é questionar Quem Somos, e isso pode levar a Mudança de tudo o que tomamos como garantido, como nosso, como parte de nós. É como se isso nos levasse a descobrir um ''filhote'' de Alien dentro de nós. Algo que alojamos, acariciamos, mas que no fundo nos corrompe e não é nosso.

Vivemos numa sociedade que não questiona nada.
Cada individuo assume tudo como certo - a historia que lhe contam, as crenças que aprendeu, os maneirismos, as suposições, as convicções politicas, etc
E quando algo, alguém , o que seja sai das quatro paredes ou da maneira que esperamos, surge o medo, a raiva, a indignação.
E mesmo quando algo em nós despertou, esse Ser ainda continua a olhar para os outros, errados ou certos.
No fundo ele não percebe que é Ele que tem que se auto-descobrir e fazer a sua Vida como ele É.

O medo é no fundo um apoio, um obstáculo e uma meta.

Um apoio para nos impedir de fazer coisas arriscadas.
Um obstáculo que nos impede de fazer coisas diferentes, arriscadas mas muitas vezes Verdadeiras.
E uma meta, pois o Medo serve de conquista. Conquistar o medo, compreender a sua origem e perceber que a sua Origem é no fundo o Desconhecimentos do Nós.




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