A minha esposa tinha encontrado Maharaji (Neem Karoli Baba) e tinha me vindo buscar aos Estados Unidos para me levar e conhecê-lo. Quando fomos ver Maharaji pela primeira vez eu fiquei desconcertado com o que vi. Todos aqueles ocidentais loucos vestindo roupas brancas e se prostrando em torno daquele homem velho e gordo num cobertor! Mais do que tudo, eu odiava ver ocidentais tocando os pés dele.
No meu primeiro dia lá ele me ignorou totalmente. Mas depois do segundo, terceiro, quarto, quinta, sexto e sétimo dias, em que ele também me ignorou, comecei a ficar mais irritado. Eu não sentia amor nenhum por ele, na verdade, eu não sentia nada. Concluí que minha esposa tinha sido capturada por algum culto maluco. No fim daquela semana eu estava pronto para ir para casa.
Estávamos hospedados num hotel em Nainital, e no oitavo dia eu disse à minha esposa que eu não me estava a sentir bem. Passei o dia andando em volta do lago pensando que se a minha mulher estava tão envolvida em algo que claramente não era para mim, deveria significar que nosso casamento estava a chegar ao fim. Olhei as flores, as montanhas, os reflexos no lago, mas nada podia amenizar minha depressão. E então fiz algo que eu realmente numa tinha feito na minha vida adulta. Eu rezei.
Pedi a Deus, “O que é que estou a fazer aqui? Quem é este homem? Estas pessoas estão todas doidas. Eu não pertenço a este sitio”. Neste momento me lembrei da frase, “Se tivesse fé não precisaria de milagres”.
“Ok, Deus, eu não tenho nenhuma fé. Envie-me um milagre”. E continuei à procura de um arco-íris, mas nada aconteceu, então decidi ir embora no dia seguinte.
Na manhã seguinte pegamos um táxi de Kainchi até o templo, para nos despedirmos. Apesar de eu não gostar do Maharaji, achei que seria honesto ir lá e falar com ele. Chegamos a Kainchi antes de todos os outros e sentamos-nos na frente da sua varanda. Maharaji ainda não tinha saído de dentro do seu quarto. Havia algumas frutas na mesa e uma das maçãs tinha caído no chão, então eu me prostrei para pegá-la. Exatamente neste momento Maharaji saiu do seu quarto e pisou a minha mão, fixando-a no chão.
Estávamos hospedados num hotel em Nainital, e no oitavo dia eu disse à minha esposa que eu não me estava a sentir bem. Passei o dia andando em volta do lago pensando que se a minha mulher estava tão envolvida em algo que claramente não era para mim, deveria significar que nosso casamento estava a chegar ao fim. Olhei as flores, as montanhas, os reflexos no lago, mas nada podia amenizar minha depressão. E então fiz algo que eu realmente numa tinha feito na minha vida adulta. Eu rezei.
Pedi a Deus, “O que é que estou a fazer aqui? Quem é este homem? Estas pessoas estão todas doidas. Eu não pertenço a este sitio”. Neste momento me lembrei da frase, “Se tivesse fé não precisaria de milagres”.
“Ok, Deus, eu não tenho nenhuma fé. Envie-me um milagre”. E continuei à procura de um arco-íris, mas nada aconteceu, então decidi ir embora no dia seguinte.
Na manhã seguinte pegamos um táxi de Kainchi até o templo, para nos despedirmos. Apesar de eu não gostar do Maharaji, achei que seria honesto ir lá e falar com ele. Chegamos a Kainchi antes de todos os outros e sentamos-nos na frente da sua varanda. Maharaji ainda não tinha saído de dentro do seu quarto. Havia algumas frutas na mesa e uma das maçãs tinha caído no chão, então eu me prostrei para pegá-la. Exatamente neste momento Maharaji saiu do seu quarto e pisou a minha mão, fixando-a no chão.
Então estava eu lá, ajoelhado e tocando os pés dele, naquela posição que eu odiava. Que ridículo! Ele me olhou de cima e me perguntou, “Onde você estava ontem?” E então me perguntou, “Tu estavas no lago?” (ele disse “lago”, lake, em inglês). Quando ele falou a palavra “lago” para mim eu comecei a sentir essa sensação estranha na base da minha espinha, e meu corpo inteiro tremeu. Foi muito estranho. Ele me perguntou, “O que tu estavas a fazer no lago?”.
Comecei a me sentir muito tenso. Ele me perguntou então, “Estavas a andar a cavalo?”.
“Não”.
“ Estavas a passear de barco?”.
“Não.”
“Foste nadar?”
“Não.”
Então ele se abaixou e disse baixinho, “Estavas a falar com Deus? Tu pediste alguma coisa?”
Quando ele fez aquilo eu desmoronei-me e comecei a chorar feito um bebê. Ele me puxou e começou a puxar minha barba e a repetir, “Pediste alguma coisa?”. Aquilo realmente pareceu minha iniciação. Mas então outras pessoas chegaram e ficaram ao meu redor, me acariciando, e eu percebi então que quase todos ali tinha passado por alguma experiência como aquela. Uma pergunta trivial como “Tu estavas no lago ontem?”, que não tinha nenhum significado para ninguém, balançou minha percepção da realidade. Ficou claro pra mim que Maharaji viu através das ilusões, ele sabia tudo. Falando nisso, a próxima coisa que ele disse foi, “Vais escrever um livro?”.
Aquelas foram as minhas boas-vindas. Depois daquilo eu só queria tocar nos pés dele”.
Comecei a me sentir muito tenso. Ele me perguntou então, “Estavas a andar a cavalo?”.
“Não”.
“ Estavas a passear de barco?”.
“Não.”
“Foste nadar?”
“Não.”
Então ele se abaixou e disse baixinho, “Estavas a falar com Deus? Tu pediste alguma coisa?”
Quando ele fez aquilo eu desmoronei-me e comecei a chorar feito um bebê. Ele me puxou e começou a puxar minha barba e a repetir, “Pediste alguma coisa?”. Aquilo realmente pareceu minha iniciação. Mas então outras pessoas chegaram e ficaram ao meu redor, me acariciando, e eu percebi então que quase todos ali tinha passado por alguma experiência como aquela. Uma pergunta trivial como “Tu estavas no lago ontem?”, que não tinha nenhum significado para ninguém, balançou minha percepção da realidade. Ficou claro pra mim que Maharaji viu através das ilusões, ele sabia tudo. Falando nisso, a próxima coisa que ele disse foi, “Vais escrever um livro?”.
Aquelas foram as minhas boas-vindas. Depois daquilo eu só queria tocar nos pés dele”.
Dr. Larry Brilliant, Coordenador na Organização Mundial da Saude pela erradicação da variola, ex-director da Google, vencedor de TED Award