“Eu conheço os rios.
Eu conheço rios tão antigos como o mundo,
e mais velhos que o fluxo de sangue nas veias humanas.
Minha alma é tão profunda como os rios.
Eu me banhei no Eufrates, na aurora da civilização.
Eu fiz minha cabana na margem do Congo,
e suas águas me cantaram uma canção de ninar.
Eu vi o Nilo, e construí as pirâmides.
Eu escutei o canto do Mississippi
quando Lincoln viajou até New Orleans,
e vi suas águas tornarem-se douradas ao entardecer.
Minha alma se tornou tão profunda como os rios”.
Dos rios, de Langston Hughes
A minha alma tem sede destes rios.
A minha alma não se coaduna em ser um protagonista secundário na historia da minha vida.
não me interessa ser caixa num super mercado apenas pelo dinheiro, prefiro apanhar fruta e pedir dinheiro a viver nas ruas de uma calle em Espanha.
A minha alma não quer uma rotina que não lhe diga nada, nem problemas e burocracias com que outros se contentem e vivam, ela quer sorrir no meio do mato, ver paisagens deslumbrantes e falar com pessoas autenticas quer seja o bêbado da esquina ou sábio do alto da montanha.
A minha alma não quer sobreviver entre esquinas conhecidas, e se bem que ela suspire ao amor, a uma profissão digna e manifestada, a uma casa que tenha como sua, ela busca antes disso, e muito mais que isso, busca um rio, uma montanha, ruas vazias raiadas de sangue, suor num caminho, um peregrinar de tristezas e alegrias, monumentos e quadros de um museu, becos de ruas desconhecidas, um rumor de procissões, fruta acabada de colher, santos no altar, mãos sujas de cal, mulheres despidas e sexo frenético....vida pura, pulsante e fresca.
A minha alma suspira pelo encontro de Deus. Quer ele se dê em forma de catarse, na forma da natureza, no sexo puro ou numa tarde soalheira rodeada por uma musica inaudita.
A minha alma suspira por rios de aventuras, por historias vivas, por lendas e por piratas, por carne e por sangue, pelos deuses e pelas deusas, pelas flores e pelas plantas, pelos Rios da babilónia, pelo baptismo nas aguas do Ganges, por poder contemplar o Monte Santo e ver ao longe de novo a sua casa.
A minha alma tem SEDE.....SEDE de VIVER
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