quinta-feira, 27 de março de 2014
A Vida que ignoramos
A maioria de nós é bastante indiferente ao extraordinário universo à nossa volta; nós nunca assistimos ao ondular das folhas ao vento; não olhamos para a erva , não a tocamos com a mão e apreciamos...
Digo ser essencial o sentimento profundo pela vida e não permanecer preso entre ramificações intelectuais, discussões, buscar aprovações em exames, citar e deixar alguma coisa de lado e argumentar que aquilo já foi dito.A mente não é o caminho. O intelecto não resolverá os nossos problemas; o intelecto não nos concederá a nutrição inexaurível. O intelecto pode raciocinar, discutir, analisar, chegar a uma conclusão por inferências e assim por diante, mas o intelecto é limitado, uma vez que é resultado de nosso condicionamento.
Mas a sensibilidade não é limitada. A sensibilidade não se submete a condicionamentos; ela retira vos , de maneira directa, do espaço de medos e angústias. Nós gastamos dias e anos cultivando o intelecto, argumentando, discutindo, lutando para ser alguma coisa e assim por diante. E contudo, este extraordinário e belo mundo, esta terra tão rica – não a terra de Bombaim, a terra Punjab, a terra russa ou a terra americana – esta terra inteira é nossa, sua e minha, e isso não é palavreado sentimental; isso é um fato. Mas infelizmente nós dividimos-la por nossa insignificância, nosso provincianismo. E sabemos por que o fizemos, para nossa segurança, por melhores e mais empregos. Esse é o jogo político que continua a ser jogado pelo mundo afora, e assim esquecemos de sermos seres humanos, de vivermos felizmente nesta terra que é nossa, de fazermos alguma coisa por ela.
Krishnamurti
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