Este momento!... O aqui e agora... fica esquecido quando começa a pensar em termos de conquistar alguma coisa. Quando a mente realizadora se manifesta, você perde contato com o paraíso em que está. Esta é uma das abordagens mais liberadoras: ela o liberta imediatamente!
Esqueça tudo a respeito do pecado e da santidade -- ambas são idéias estúpidas. Juntas, destruíram todas as alegrias da humanidade. O pecador se sente culpado, e com isso sua alegria fica perdida.
Como é possível apreciar a vida se você está sempre se sentindo culpado? Se o tempo todo você fica indo à igreja para confessar que fez isto e aquilo errado? Errado, errado, errado... a sua vida inteira parece ser feita de pecados. Como viver com alegria? Fica impossível sentir prazer na vida. Você se torna pesado, carregado. A culpa instala-se no seu peito como uma pedra -- ela o esmaga; não permite que você dance. Como seria possível dançar? Como a culpa pode dançar? Como a culpa pode cantar? Como a culpa pode amar? Como a culpa pode viver? Assim, quem pensa que está fazendo coisas erradas sente-se culpado, pesado, um morto antes da hora -- já está dentro do túmulo.
O único problema com a tristeza, com o desespero, com a raiva, com a falta de esperança, com a ansiedade, com a angústia, com a infelicidade, é que você quer se livrar dessas emoções. Essa é a única barreira.
Você terá de conviver com elas. Não pode fugir, simplesmente.
Elas são situações nas quais sua vida tem de se integrar e crescer. São desafios da vida. Aceite-as. Elas são bênçãos disfarçadas. Se você fugir delas, se quiser se livrar delas de algum jeito, você criará problema – pois, quando quer fugir delas, você não olha para elas diretamente.
Uma estrela da Broadway estava visitando alguns amigos quando, como de costume, a conversa começou a girar em torno da psiquiatria. "Devo dizer", disse a anfitriã, "que o meu analista é o melhor que existe! Você não pode imaginar o que ele fez por mim. Você tem de conhecê-lo".
"Mas eu não preciso de analista", disse a estrela. "Eu não poderia ser mais normal – não há nada de errado comigo". "Mas é simplesmente fabuloso", insistiu a amiga, "ele encontrará alguma coisa errada em você".
Existem pessoas que sempre encontrarão alguma coisa errada em você. O segredo da profissão delas é descobrir o que há de errado em você. Elas não podem aceitá-lo como você é; elas dão a você ideais, ideias, ideologias, e farão com que se sinta culpado, uma pessoa imprestável, sórdida.
Elas farão com que você se sinta tão condenável, aos seus próprios olhos, que você esquecerá tudo sobre liberdade.
Na verdade, você passará a ter medo da liberdade, pois verá o quanto você era ruim, o quanto estava errado – e, se for livre, você acabará fazendo alguma coisa errada, então é melhor seguir alguém. O padre depende disso, o político também. Eles mostram a você o certo e o errado, ideias fixas, e então você passa a viver com culpa para sempre.
Eu digo a você: não existe nada que seja certo e nada que seja errado.
Se você está com raiva, o padre lhe dirá que isso não está certo, você não pode ficar com raiva. O que você faz, então? Você pode reprimir a raiva, sentar-se sobre ela, engoli-la, literalmente, mas ela continuará em você, no seu organismo.
Engula a raiva e você terá úlceras no estômago; engula a raiva e, mais cedo ou mais tarde, você terá câncer. Engula a raiva e você criará um milhão de problemas, porque a raiva é venenosa. Mas o que você faz? Se está errado, você engole.
Eu não digo que a raiva seja errada, eu digo que a raiva é energia – energia pura, uma bela energia. Quando ela irromper, preste atenção e veja um milagre acontecendo. Quando ela irromper, preste atenção e, se fizer isso, ficará surpreso; você terá uma surpresa – a maior da sua vida: descobrirá que, se prestar atenção nela, ela desaparece.
A raiva é transformada. Ela vira energia pura; vira compaixão, vira perdão, vira amor. E você não precisa reprimi-la, por isso não terá de levar consigo esse veneno. E você não ficará com raiva, por isso não ofenderá ninguém.
Ambos são salvos: o outro, o objeto da sua raiva, e você mesmo. No passado, ou o objeto da raiva estaria sofrendo ou então você.
O que eu estou dizendo é que não é preciso que ninguém sofra. Basta que você preste atenção, fique consciente. A raiva surgirá e será consumida pela consciência. A pessoa não pode ter raiva se está consciente, não pode ter ganância se está consciente e não pode ter inveja se está consciente.
A consciência é a chave de ouro.
Osho, em "Emoções: Liberte-se da Raiva, do Ciúme, da Inveja e do Medo"
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