A seguir, nesta descrição da carta chamada Mudança, mestre Osho passa a comentar o que ela significa quando alguém a escolhe no seu tarô:
Com frequência tem sido dito que a única coisa que não muda no mundo é a própria mudança. A vida está mudando continuamente, evoluindo, morrendo e renascendo. Todos os opostos tem um papel nesse vasto esquema circular. Se você se agarrar à borda, poderá ficar tonto! Avance em direção ao centro do ciclone e relaxe, sabendo que este estado também passará.
A vida segue repetindo-se despreocupadamente e - a menos que você se torne muito consciente - ela continuará se repetindo, como uma roda. Por isso é que os budistas chamam a isso de uma roda da vida e da morte - roda do tempo. Tudo se movimenta como uma roda: ao nascimento segue a morte, à morte o nascimento; ao amor se segue o ódio, ao ódio o amor; ao sucesso se segue o fracasso, ao fracasso se segue o sucesso. Basta olhar à volta...
Se lhe for preciso observar apenas por alguns dias, você perceberá um padrão se definindo: o esquema da roda. Em um dia, numa bela manhã, você se sente tão bem, tão feliz e, no outro dia, está chateado, tão infeliz, que começa a pensar em cometer suicídio.
Há apenas alguns dias você se sentiu tão cheio de vida, tão abençoado, que agradecia a Deus, pois você estava num estado de espírito de profunda gratidão, e hoje há um grande sentimento de inconformismo, e você não vê razão que justifique continuar vivendo... E essa alternância vai se repetindo, mas a gente não chega a perceber o padrão.
Uma vez que você perceba o padrão, pode libertar-se dele.
Nesta carta do Tarô Zen de Osho, vemos com muita clareza a energia da espiral que tende a girar na mesma direção, nos levando para a luz infinita ou para a areia movediça das ilusões na qual ficamos presos para sempre.
Esta é uma perfeita imagem para descrever nossos padrões. Alguns deles, como por exemplo, o apego ao dinheiro - como se a vida só fosse possível para os ricos - nos leva a encontrar muita dificuldade em conectar oitavas mais altas de luz. A matéria é por si só densa, pesada, pregada na terra e no chão. Longe de mim, dizer que não precisamos dela. Precisamos sim. Ela nos mantém firmes na nossa missão na terra. Falo da obsessão, do desejo profundo de viver só para isso. Falo do desvario dos atos, até por vezes antiéticos, para realizar estes desejos de posse.
Não dá para ver as estrelas se tivermos nosso olhar fixado na terra.
Os padrões nos escravizam, nos paralisam, geram sentimentos e emoções que incomodam muito. A inveja, por exemplo, pode ser resultado de um padrão de comportamento. Quando quero tudo só para mim, quando só penso em mim e no meu próprio conforto, passo a olhar tudo que me rodeia como um objetivo que preciso perseguir.
Perceba como um sentimento de inveja apossa seu corpo, muda seu ritmo cardíaco, sua respiração, a sua temperatura corporal quando percebe que alguém tem aquilo que você quer e ainda não tem.
E se for assim todos os dias, do mesmo jeito e com a mesma intensidade, acaba criando uma roda, uma espiral repetitiva que prende você e não deixa que você escape mais.
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