Talvez tivesse aquilo que Buda definiu como Dukkha.
Mas Dukkha não é bem sofrimento, é mais Insatisfação!
Por momento reflecti sobre a nossa sociedade e os conceitos de liberdade.
Será que deviam haver casamentos? Será que a monogamia é o sistema ideal? Porque raio temos que condicionar tanto a vida? Porque estratificamos e dividimos tudo em escalas e definições - gordo, magro, alto, baixo, hetero, gay, de direita, de esquerda, etc?
Olhei em volta e percebi que mesmo que nos mudemos para a Mongólia, iremos continuar a achar que as pessoas são daaahh, atrasadas ou que votam sempre nos candidatos errados.
Percebi que no fundo não é a sociedade portuguesa que está mal, ou melhor não é a única. É uma espécie de epidemia geral.
No fundo a sociedade é o reflexo de cada um.
Depois fui vendo o quanto abdicamos de ser felizes. Habituamos-nos a por o dinheiro a frente, as concepções da sociedade à frente, os dogmas, a moral, a etiqueta, as concepções ideologicas e religiosas, regulamentamos todos os sectores da actividade humana....enfim.
Andei por ali, a deambular e reflectir....
Ao olhar uma roseira e uma rosa a murchar o conceito de morte surgiu. Esse grande mistério. Percebi que a morte é o grande medo. Não adianta dizer que não se teme a morte. Todos os medos são reflexos desse medo. Lembrei-me das filosofias orientais em que a morte é apenas uma rosa de uma roseira que morre.
Enquanto no ocidente olhamos a rosa a murchar e olhamos a rosa que nunca mais volta, no Oriente, a rosa era apenas uma forma da roseira, que é uma forma da natureza, enfim do eterno.
Pensei no bom que seria haver um Grande Sinal Divino!!
Imaginem vermos surgir Cristo nos céus, milagres espetaculares, nem que fosse por horas.
O quão mudariamos na vida....
Imaginem o medo da morte a cessar, a vida em abundancia, mesmo que a pessoas soubesse que esta forma terminaria, ela saberia que existe outro lado.
Depois pensei que talvez Deus nos dê um sinal todos os Dias.
A insatisfação talvez seja o Sinal.
No fundo dentro de nós estaria a resposta.
Dei por mim a ter uma ideia louca. Arranjar um poster da europa, comprar flechas e acertar lá.
E ai escolheria um sitio para viver uma vida nova...absolutamente nova.
Mas como li algures - nunca vamos sozinhos, nós vamos sempre conosco mesmos...
Mexi no bolso. Um rebuçado de menta.
Uau. a minha garganta agradeceu.
Enquanto chupava o rebuçado percebi o quão medrosos, limitados, e tapados somos. Tapamos a nossa vida, a nossa Essencia pelo medo dos outros, medo de não sermos aceites, medo da solidão, medo da não felicidade.
Enfim não somos felizes porque não queremos ser infelizes.
olhei os montes.
Uma calma transparente invadiu-me.
De repente o Agora surgia.
Com o agora a insatisfação torna-se diferente. De alguma forma torna-se Direcção.
E Direcção é um bom sinal...........
Penso que me senti assim, insatisfeito, um pouco em contraponto com o dia anterior.
Onde tive com algumas pessoas da minha idade que não conhecia a conversar.
E apesar da conversa ter sido curta senti que havia na minha vida, um pouco de falta de direcção e de Viver.
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