No passado remoto de uma pobre aldeia da longínqua China, havia um menino que desejava fortemente ser dono de um cavalo. Porém os seus pais eram tão desprovidos de recursos, assim como todos naquela aldeia e, por isso, jamais poderiam realizar o sonho do pequeno filho. Embora soubesse daquela situação, e consciente da sua vida simples, o menino mantinha aceso o seu desejo ao longo dos anos.
Em uma manhã passou pela estrada uma tropa, cujo dono era um generoso nobre que rumava para o norte levando consigo seus pertences, ouros e cavalos, inclusive um potro puro sangue que estava atrapalhando a marcha. A tropa necessitava de uma parada de descanso, dar água e alimento aos cavalos, e acabaram recebidos na humilde propriedade dos pais do menino. Foi quando o nobre senhor soube da história e, comovido, deu ao garoto o potro. A notícia espalhou-se rapidamente e toda aldeia foi à cabana do jovem, para cumprimentar seu pai, dizendo:
– Seu filho tem muita sorte. Sonhou tanto que conseguiu realizar o seu sonho. É, seu filho tem muita sorte: ganhar um potro puro sangue de um senhor tão generoso!
– Pode ser sorte, pode ser azar... - Filosofou o pai.
Durante os dois anos que se seguiram o jovem cuidou do proto até se tornar um belo garanhão, com o qual todos o viam galopar pela região. O jovem certamente era muito feliz... Contudo, numa tarde primaveril passou por aquelas bandas uma égua fogosa e o garanhão a seguiu, desaparecendo com ela em meio à pradaria. O povo da aldeia, novamente sem demora alguma, disse ao pai do garoto:
– Seu filho tem muito azar! Sonhou tanto com o cavalo, conseguiu um, tratou com esmero durante dois anos completos e, de repente, o cavalo foge! Seu filho tem muito azar!
O pai do jovem respondeu mais uma vez em tom reflexivo:
– Pode ser sorte, pode ser azar... Um ano e meio depois voltam ao pasto do rapaz o cavalo, a égua e mais um potrinho, fruto da união dos dois. Reza a lei das aldeias chinesas que, ao adentraram um campo, os animais pertencem ao dono da propriedade em que se encontram. Portanto, naquele momento o jovem tornou-se o dono dos três belos eqüinos. E pela terceira vez, a população inteira da aldeia diz ao pai quão grande é a sorte de seu filho. O pai do jovem diz:
– Pode ser sorte, pode ser azar... Mais uma vez o jovem cuida com amor e carinho do outro potrinho. Outros dois longos e prósperos anos passam seguindo e aumentando a cada dia a felicidade do rapaz. Todos os aldeões podiam ver ao longe o jovem cavalgando pelas pradarias... Num desses momentos, uma cobra aparece no meio do pasto assustando o cavalo, e provocando a abrupta queda do rapaz, que fratura as duas pernas! Antes mesmo que ele fosse socorrido e acomodado em sua casa, o povo da aldeia já contava com pesar o infortúnio do jovem: “Este rapaz tem muito azar! Quebrar logo as duas pernas de uma única vez?! E logo desta triste forma, caindo do cavalo que foi tratado com tanto carinho!” Sem abalar-se o pai responde como sempre: “Pode ser sorte, pode ser azar...”
Na semana seguinte é declarada uma guerra civil entre as aldeias do lugar e todos os jovens, senhores e meninos devem servir à defesa de suas terras. Todavia, para aquele garoto a história seria outra, pois, com as duas pernas quebradas, não pode alistar-se. Mesmo em meio à guerra, os aldeões correm a dizer ao pai que seu filho tinha uma sorte danada!
Moral da história: o importante é compreender que tudo depende do que virá depois. Entretanto, na prática, pode-se determinar se teremos sorte ou azar. Sorte é quando a sua preparação encontra a oportunidade. Ou em outras palavras: aparece uma grande oportunidade em sua vida e você está preparado: “que sorte!”. No entanto, se aparece uma grande oportunidade em sua vida e você não está preparado: “que azar!”. Portanto, em nossas vidas, TER SORTE É ESTAR PREPARADO QUANDO AS OPORTUNIDADES SURGIREM! E para isso ocorrer só há uma escolha: preparar, preparar e preparar!
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