segunda-feira, 9 de março de 2015

Um tear de existências


''Um dia nasci, um dia partirei.
Voltarei para de onde vim.

Eu estava lá, no Inicio.
Fui radiação.
Fui cauda de cometa.
Fui Sol Flamejante.
Fui um raio, um pedaço de carbono e energia negra tudo ao mesmo tempo, em tempos diferentes, em tempos iguais...
Fui e sou e serei, e voltarei a não ser, nem a ser  um não ser.

Eu,
um pedaço de meteoro,
uma célula,
no raiar do luar,
no dente do dinossauro,
no fio de cobre do andróide,
no fim,
no fim,
no fim, lá no começo de tudo,
estive lá, sempre lá, nunca lá,
 no mesmo lugar, 
num lugar distinto, 
sendo um só, sendo muitos, sendo e não sendo.

uma parte se fundiu, fui eu.
agora existo como tenho consciência de existir.
mas se partir, serei 
e nao serei
poderei ser:
pó de jasmim, planta numa casa,
uma parte no sangue de uma criança,
a outra num velhinho andrajoso.
Serei um sol,
um rio, uma pétala,

quiça seja uma alma
imortal
uma mónada,
um fragmento,
um Deus, 
Deus.

Nada sei.
De onde venho e para onde vou.
É um mistério.
Foi um mistério. 
Será um mistério.

Que serve então pensar....
nada!
apenas Viver
hoje
Agora
para que valha a pena 
sendo agora
o que sou
porque no futuro quem sabe que Eu Sou serei.....

Cecilio Franco


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