sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Pensamentos no caminho

Cascada río Barosa
Rio Barosa ( entre Pontevedra e Caldas)

Somos pessoas de hábitos - telemóvel, filmes, televisão, horas, números, distâncias, etc.
No entanto tudo isso por muito bonito que seja, são apenas formas limitadas a que nos acostumamos.
Muitas e muitas vezes compramos coisas novas - livros, filmes, viagens, carros, relógios, perfumes, etc - tudo numa ânsia que temos dentro de nós, para preencher o vazio.
E a cada coisa que compramos, outras faltam.
E assim vamos completando colecções, teorias, números e objectos, sempre a tentar tapar o buraco. E ele nunca fecha.
Por vezes coleccionamos relações, amigos de facebook, números de telefone, desabafos, deuses e religiões. Apesar de haver um maior conhecimento do buraco, uma vez que trocamos a matéria por relações, continua a ser uma busca vã.
Não existe a mulher perfeita que sonhamos, o homem perfeito, talvez nem o Deus perfeito. Achamos na nossa vã glória que somos melhores que os outros, que buscamos alguém X ou Y. Na verdade continuamos a querer encaixar algo. E a verdade é que não tem que encaixar nada.
Grande parte das relações humanas são jogos de interesse, pequenos encaixes, tentativas de preencher vazios uns dos outros. E vamos apontando fora as razões internas, vamos criticando o mundo, o pais ou a pessoa X, quando na verdade o Exterior é apenas um reflexo do interior, e que o problema esta em quem critica.
Somos uns críticos de merda. Cínicos. Que razão temos em querer um mundo melhor quando nada fazemos por isso? Porque apontamos o dedo ao outro quando a ferida que isso causa acontece dentro de nós?
E podem passar anos, vidas até.
Teremos vários insights, várias luzes, várias forças, que veremos depois serem apagados e engolidos pela obscuridade interna do nosso ego, não pelos outros.
As grandes amarras são as nossas amarras. Não são a dos pais, do país, ou de quem quer que seja. Escolhemos o mundo pelo que pensamos dele e pelo que fazemos dele.
Quando um dia começamos a caminhar.
Caminhar através das emoções, não como turismo, não como refúgio mental analisando tudo e todos, percebemos pouco a pouco que as estruturas internas, a nossa vida não tem valido nada.
Percebemos que andamos a avaliar as coisas por graus e números - relações, conta bancária, sucesso - quando na verdade devíamos avaliar por Qualidade de alma.
Damos conta que o tempo é valioso, que os nossos hábitos e objectos apesar de poderem ser úteis são apenas isso, um caminho para algo, nunca o destino em si.
É então no fundo desse processo, que em mim ainda não terminou, que nos damos conta que tudo está perto e não longe, que a escolha está nas nossas mãos e pensamentos, que tudo é um Golpe de asa da Alma.
Libertamos pouco a pouco a critica e voltamos-nos para o nosso aperfeiçoamento, vivendo com naturalidade, e apostando em nós antes de qualquer coisa exterior.
Talvez seja ai que a casca do ego fenda, e possamos Viver com V grande, naturalmente, com amor, só Amor, porque no fundo Só o Amor interessa e só o Amor Salva.

João Franco



4 comentários:

  1. Tudo isso são palavras muito bonitas, mas quando se vive numa sociedade capitalista como a nossa é muito difícil por em prática. A não ser que uma pessoa vá mesmo viver isolada para um mosteiro ou uma montanha, estará condenada a viver no meio de comparações. Porque o capitalismo puxa a competição, e não a cooperação.

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    1. Ai está Ricardo para mim começo a acreditar que a sociedade, o capitalismo, são realidades exteriores para quem no fundo continua arraigado a não ver as suas causas. Isto tem muito mais a ver o modo como vemos o mundo que o mundo em si. Claro que a sociedade é capitalista, ou competitiva, mas cabe a cada um sê-lo ou não, e não julgar os outros.
      como sempre falo para mim, e nunca sob a optica de outra pessoa que não a minha....

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  2. Prem Baba disse recentemente :
    1] “Para que possamos acolher tudo aquilo que não está nesta frequência, devemos acolher o barulho e alquimizá-lo dentro de nós, ao invés de criar mais separação; ao invés de criar mais isolamento. O nosso trabalho é acolher. É trazer tudo para o coração. Tudo se dissolve no amor. Tudo se dissolve no silêncio, porque o amor é silêncio.

    Na minha noção começo a vislumbrar que podemos ser Mudança ou simplesmente continuar um reflexo do que o mundo é.

    Beijinhos ( ver se pa semana vamos beber cafézinho)

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    1. Oi Sarita,
      já estás pela zona? Como foram esses meses no porto?
      Beijinhos

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