quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Evoluir é Transmutar



“É a acusação que faz seu coração ficar fechado” Srim Prem Baba


[1] “Para que possamos acolher tudo aquilo que não está nesta frequência, devemos acolher o barulho e alquimizá-lo dentro de nós, ao invés de criar mais separação; ao invés de criar mais isolamento. O nosso trabalho é acolher. É trazer tudo para o coração. Tudo se dissolve no amor. Tudo se dissolve no silêncio, porque o amor é silêncio. (…)

[2] Então, se você já pode conquistar isso em algum grau, eu sinto que é muito importante que você possa aprender a partilhar isso. Mesmo que às vezes você caia. Essa queda é um sacrifício, e ao mesmo tempo, é também o seu aprendizado. Significa que você não está ainda completamente imune; não está completamente pronto porque você ainda se identifica. Se o outro te convida para brigar, então você aceita e briga. Você vai estar realmente pronto, quando você não aceitar mais o convite. Isso significa que a sua mente se tornou equânime, porque o barulho lá fora não vai cessar. Se você espera que isso aconteça, você está iludido. Isso é uma esperança mágica. Lá fora o mundo vai continuar te convidando para a briga. A questão é se você aceita esse convite ou não. Assim tudo o que acontece aqui nesta escola é justamente para te ensinar sobre o caminho do coração, e para na prática poder te ajudar a entrar nesse espaço de equanimidade mental. (…)

[3] Lembre-se de que o que caracteriza a maturidade espiritual é essa capacidade de se doar. Se você não está neste momento, ok. Também não vai criar a máscara do bondoso, do generoso, do espiritual. Ok, então admita o seu egoísmo. Eu não tenho nada para dar neste momento mesmo. Não quero dar nada neste momento. É uma passagem também absolutamente natural. Mas saiba que você está se movendo do egoísmo para o altruísmo. Você pode não estar ainda podendo ser canal do altruísmo, mas em algum momento você poderá manifestar isso. Não se cobre, não se culpe, mas saiba, não se engane. Em algum momento essa capacidade de perdoar e de amar precisa ser iluminada. Em algum momento você vai precisar renunciar o jogo de acusações, porque é a acusação que faz seu coração ficar fechado. Se o coração está fechado, vá investigar e você vai encontrar a acusação. Às vezes, essa acusação está tão arraigada, você está tão viciado neste jogo que nem percebe. Você faz mecanicamente. Se existe acusação, tem comparação. E a comparação e o julgamento abrem as portas do inferno. Aí você acaba realmente acordando sua natureza inferior. Então, você perde o silêncio, perde o amor que foi conquistado. Isso tudo você vai aprendendo na vida, à medida em que você se permite se relacionar. Você não tem como fugir de relacionamentos, porque a vida é relacionamento. Você se relaciona com outro ser humano, relaciona-se com os objetos ou com seus próprios pensamentos, mas você vai sempre precisar se relacionar com alguém ou com alguma coisa. Muitas vezes não importa com quem você está se relacionando. Eu vi uma vez uma pessoa tropeçando em um degrau da escada e chutando a escada porque tinha tropeçado, culpando o degrau porque tinha derrubado-o. Então, não faz muita diferença. Quando a sua mente está condicionada e viciada no jogo de acusações, você arruma briga até com o vento. Arruma briga com a chuva. (…)
[4] Todo o sofrimento neste mundo é o amor aprisionado no coração. É simples assim. Essa é a síntese máxima de toda a história. Quanto maior o sofrimento, maior é a obstinação. Tem alguém sentadinho na porta do coração dizendo: ”Eu não dou, não dou, não dou”. “Ou é do meu jeito, ou então eu não dou.” É simples assim. Que horror! Uau… A questão é que esta obstinação sempre tem de um lado o medo e do outro o orgulho, sempre de mãos dadas, escolhendo ficar isolado; escolhendo ficar separado; escolhendo não partilhar o seu tesouro. Cada qual com suas razões: porque foi magoado, porque está ressentido e aí cada um tem uma história para contar. Mas você é essa história que você conta? É verdade mesmo que você tem razões para manter o coração fechado? Dependendo do grau de identificação e encantamento com essa história , você acredita que realmente tem razões para não querer dar nada para ninguém. Pois é. Como a gente vê bem nos contos de fadas. Quando o príncipe está encantado transformado em um sapo, ele é um sapo, não é? Ele acredita que é um sapo. E então, aquele ser humano que está com o amor trancado no coração, ele está sob o efeito desse encantamento, ele acredita ser um sapo e está tendo um prazer imenso em comer moscas. (…) O ser humano carrega dentro dele uma capacidade de perdoar infinita; a capacidade de amar que é infinita. E você está aqui para acordar essa capacidade. Tem momento em que vai ficar difícil mesmo, porque eu estou querendo que você se lembre de que é o príncipe, que pode experimentar outros sabores, mas você ainda está escolhendo a mosca. Às vezes, você lembra um pouco: “Talvez eu seja mesmo um príncipe”. E você experimenta isso e depois volta. Há umas oscilações até que você estabiliza. (…)”

Ninguém se pode curar de uma ferida, se diariamente mexe e volta a ferir-se no mesmo lugar

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