''Falar de doença é uma abordagem errada para quem quer saber mais de Jivakriti.
A doença não existe. Ponham isso nas vossas cabeças. Por isso não lhe dêem força e existência, pois assim apenas continuam a trazê-la a tona, a fazer com que os sintomas persistam e o estado do paciente se agrave.
No mundo ocidental, surgiu a ideia de catalogar uma doença segundo um conjunto de sintomas e sinais. Bem, pode ser útil para tentar perceber que processo está aquela pessoa a desenvolver e que ferramentas podemos usar para a sua cura. Mas mais que isso é persistir no vazio.
Não só a doença só ocorre num corpo que está vivo e reage, como toda a Saúde e Doença vivem e são resultado de todas as vivências desse ser - o que come, o que bebe, o que fuma, o que pensa, onde vive, se faz sexo, se é abstémio, etc. Não podemos assim concordar em criar algo nocivo para a pessoa, e dar um nome à doença, querer erradicar a doença, viver para a doença é absolutamente errado. É dar-lhe força.
É como uma criança pequena, com o tempo ela começa a reagir ao nome que lhe deram - Bharat, David, Agnés, Aaral, Ananda, etc, e identifica-se completamente com esse nome.
Imaginem que no vosso corpo, ao minimo sinal de desconforto gástrico lhe atribuissem um nome, uma existência. Pouco a pouco, aquela região do corpo, aquelas células, de algum modo começavam a identificar-se com aquele nome e não com o corpo, isso daria origem a uma Verdadeira Doença.
Doença é a dissociação de uma parte do corpo com o Todo.
Reparem, nas nossas vidas preenchidas raramente meditamos ou valorizamos um braço, pés, pernas, esófago, o que seja. Mas eis que uma distensão muscular e de repente o Braço já ocupa ''todo o corpo''.
Na verdade, o braço torna-se um centro de consciencia. Podemos fazer mil e uma coisas, mas se tiver dor no braço, o Braço continua um centro das atenções.
Porquê?
Simples, algo surgiu do todo, assim como os Bramanes creem que o mundo surgiu de Braman, algo emergiu. Como uma pedra de gelo no rio.
Então como se dá a cura??
Se formos pelos métodos ocidentais - cortamos o braço, matamos as células, por vezes envenenamos o sangue com medicamentos toxicos.
Mas a verdadeira cura dá-se quase sempre no silêncio, qualquer que seja o método.
Um dia despertamos e a dor desapareceu. O braço já não ocupa a consciencia. tornou-se tudo UNO.
Esse é o objectivo da JivaKriti.''
in Jivakriti, de Ananda Bantham