domingo, 25 de agosto de 2013

O hipocondriaco




Deixo aqui dois links de onde retirei a maioria do material. Achei ambos os textos bem lucidos....

´´Dizem que um louco é um sujeito que perdeu tudo, exceto a razão. Pelo mesmo raciocínio, um hipocondríaco é um sujeito cuja única parte saudável é o corpo. Não se iludam com aquela testa eternamente franzida, com aquele olhar de bicho acuado, aquelas costas curvas de quem carrega o mundo as ombros. Está sadio, tão sadio quanto eu e você, e é para assegurar-se disto que se envenena de remédios de manhã à noite.

Há muitos tipos. Uns são hipocondríacos por insegurança, baixa auto-estima: pensam que são mais frágeis do que as outras pessoas, que são cheios de defeitos fisiológicos ou genéticos, e que é preciso tomar medidas diárias para atenuar esse déficit. Outros são o contrário: acham-se superiores, acham que são exemplares únicos e preciosos da espécie humana, e que por isto mesmo necessitam de cuidados especiais e contínuos. Assim, cuidam do corpo como um colecionador de automóveis antigos trata do seu raríssimo exemplar de Oldsmobile 1954 (ou coisa parecida – não entendo nada de carro velho).

O hipocondríaco toma remédio por aquilo que George W. Bush e seus estrategistas chamam de “defesa preemptiva”: atacar antes, em vez de esperar o ataque do adversário. Sua mentalidade é a mesma da ditaduras militares. Temendo a própria incapacidade de enfrentar uma eleição, elas dissolvem os partidos políticos. Para se certificar de que o regime não tem opositores, faz os membros da Polícia Secreta fundarem partidos clandestinos, que atraem e doutrinam os jovens, e finalmente os prendem. (Não estou exagerando – leiam 1984). O corpo do hipocondríaco é uma ditadura farmacêutica, saturada de substâncias químicas cuja finalidade é exorcizar a ameaça de uma palavra ouvida na televisão.

William Burroughs dizia que um viciado em drogas não é mais um ser, é a metade de um ser, que só existe quando a droga está presente. O hipocondríaco geralmente minimiza a importância da droga em sua vida: não a idolatra (como muitos usuários da maconha ou da cocaína) nem recorre a ela com horror (como muita gente que fuma cigarro: “Ai, que saco, preciso parar de fumar essa porcaria!”). Sua idéia fixa não é o remédio, é a doença. Basta ler num jornal sobre um tipo raro de câncer ósseo descoberto na Malásia, que só atinge a terceira costela do lado direito, para ser justamente essa costela que começa a formigar, a latejar e a dar sinais de vida.

O hipocondríaco lê bula de remédio, manual de primeiros socorros, livro de Patologia, catálogo de laboratório farmacêutico. Tudo que lê ele interpreta como um sinal do Céu que lhe caiu sob os olhos no momento exato para salvar sua vida: estava sofrendo de um mal perigosíssimo, e jamais saberia, se não tivesse tido a sorte de ler este aviso. Sartre criou um personagem chamado O Autodidata, que lia todos os livros da biblioteca por ordem alfabética. O Hipocondríaco ideal é o que gostaria de tomar todos os remédios, para curar-se de todas as doenças.''




¿De donde viene la palabra hiopocondriasis?
Viene de hipocondrio que es una zona del cuerpo cartilaginosa que está situada debajo de las costillas, donde según la escuela médica humoral se creía que se acumulaban los vapores causantes de este mal.
¿Qué siente un enfermo imaginario?
En el fondo tiene miedo a la muerte y para no afrontarlo en el plano espiritual, lo proyecta en el plano corporal, temiéndole a todo tipo de enfermedades que lo podrían llevar a la tumba. Esto lo mantendrá alerta, observándose constantemente, pendiente de cada síntoma que pueda parecerle que confirma su sospecha de que la muerte puede llevarla en los talones.
¿Qué rutina sigue el comportamiento hipocondríaco?
La hipervigilancia de síntomas le lleva a detectar cualquier signo “anormal” en su cuerpo (o detecta en su cuerpo signos de enfermedades nuevas que descubre) y busca incesantemente la confirmación de que puede ser serio. Las pruebas diagnósticas no revelan anormalidades anatómicas ni funcionales, pero ellos desconfían de los médicos. Todo esto, más prestar excesiva atención al cuerpo, les causa tensión y ansiedad, y el estado de salud se resiente realmente, por lo que les parece que están realmente enfermos. Aunque nunca hlablará espontáneamente de la muerte.
Un trastorno que parece transmitirse entre generaciones…
Hay constancia de que en bastantes ocasiones muchos miembros de una familia tienden a estar afectados. Se crece en un entorno en el que se ha potenciado la interpretación de los signos de enfermedad en todos los ámbitos de la vida. De esta forma, los miembros de la misma familia aprenden a interpretar negativamente cualquier signo corporal y lo asocian con angustia, miedo o ansiedad.
¿De que forma se sale este laberinto?
Una es reconciliarse con su propia muerte. Ruediger Dahlke recomienda la lectura de “El libro de los muertos”

¿Existe alguna solución psicomágica para la hipocondría?

Vamos a imaginar a un adulto, que teme morir joven (como miedo heredado de su propia familia)
El acto psicomágico podría consistir en realizar metafóricamente lo que mas teme, es decir, su muerte. El proceso consiste en buscar un lugar donde poder cavar una tumba, después debe enterrarse dejando la cabeza en el exterior. Los amigos íntimos que le acompañarán en este proceso dirán sus últimas palabras allí a su lado, lamentando que una de las tantas enfermedades padecidas durante su vida sea la causante de su desaparición.
Aguantará un número de horas en la fosa, el máximo posible. Finalmente lo desenterrarán y lo lavarán con tres litros de agua bendita. Se vestirá con ropa nueva, buscará un nuevo nombre, una nueva identidad para poder iniciar una nueva vida, en la que estará libre del miedo a la muerte.



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