terça-feira, 19 de março de 2013

Um Pai vs Um Deus


'' O Deus que aparece no discurso de Jesus é um pai que possui um buraco emocional que não pode ser solucionado com nenhum artifício, nenhum tipo de poder, servidão ou adoração. A carência afetiva desse complexo Pai só pode ser resolvida se tiver filhos com uma personalidade tão complexa quanto a sua e que sejam capazes de interagir com Ele e construir uma rede de relacionamentos.

Jesus não disse «Deus Nosso que estais nos céus», ou «Criador Nosso», ou «Todo Poderoso Nosso». É significativo que tenha dito «Pai-Nosso». A palavra «pai» indica necessariamente a existencia de uma relaçao intima entre o que gera e os que são gerados. (...)

A oração do Pai-Nosso reflecte o clamor do ser mais misterioso deste Universo, procurando uma relação intima e aberta com a humanidade. Pode haver um Deus sem filhos e um Criador sem filhos, cercado apenas pelas suas criaturas, mas não existe um pai sem filhos.
Pode haver um rei, um presidente, um multimilionário rodeados de serviçais e bajuladores, mas É Impossivel haver um Pai sem filhos.

O primeiro segredo assombroso da oração do Pai-Nosso é que Deus pode ser mais poderoso, do que qualquer religião jamais imaginou, mas é um Deus solitário e como Pai Ele é incompleto. Deus pode ser indecifravelmente Perfeito e insondavelmente grandioso, mas na Condição de Pai falta-lhe algo.

(...) Ao posicionar-se como Pai, Deus bradou que precisa de ter filhos.
(...) Por estranho que seja, o Deus Todo-Poderoso  necessita de escrever nas tábuas do seu ser a poesia que se inicia com estas palavras : «Eu preciso do ser humano.»

(...) Segundo Jesus, o Deus que se esconde atrás da cortina do tempo e do espaço não é um Deus temivel, mas sim um Pai sensivel.  Não é um Deus auto-suficiente, mas um Pai solitário. Não é um Deus que imprime culpa e controla comportamentos, mas um Pai apaixonado que deseja ardentemente ser conhecido e criar vinculos de amor.

in Os Segredos do Pai-Nosso, de Augusto Cury

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