Vivemos num mundo alienado.
Um mundo de mentiras e fachadas, onde a culpa recai sobre o mais baixo e o mais alto continua a ser um modelo de virtudes.
Vivemos num mundo onde alguém vai a igreja e afirma-se cristão e depois mente, discrimina, ofende, maltrata e inferniza, tudo contrário aos mandamentos de um cristão.
Um mundo que prometia a igualdade e equidade, para homens e mulheres, brancos, negros e carmins, hetero, bi ou gay, na verdade tornou-se visto como um problema.
Queremos um mundo mais justo, mas sonhamos com um tempo anterior em que tudo (parecia) mais simples.
Falamos de liberdade porque nunca tivemos opressão, ao contrario dos nossos pais e avos.
Depois dos loucos anos 20 da década passada com crises financeiras, inauguramos esta com pandemias e guerras e agora voltamos aos terríveis anos 30.
Tiramos do congelador a nossa partezinha nazista, mesquinha e egoísta e o resultado está ai.
Ui muito cuidado temos uma negra a fazer papel de branca!
Ficamos virgens ofendidas.....aquelas virgens muito pudicas e santinhas, mas com a rata bem fedorenta de tanta fornicação.
O mal são os que vem de fora.... ui!
Não são a sociedade que é explorada a custa dos 2% dos bilionários; do peso da tecnologia, esta ao mesmo tempo salvífica e ao mesmo tempo vai cortando os empregos; os ordenados miseráveis ; os políticos corruptos que preferem eleições a mostrar as contas; os políticos sebastianistas que representam a velha máxima - faz como eu digo, não faças como eu faço. ; e claro o clientelismo, que apodrece todas as instituições desde o presidente da junta as Organizações internacionais....
Vamos apontando dedos sem olharmos para a nossa culpa, nem que seja a nossa inacção.
Vemos um mundo a encher-se de armas, mas temos um sistema nacional de saúde a deteriorar-se.
Talvez tudo isto seja preciso.
O Yin nasce do Yang e vice versa.... ja diziam os taoistas da antiga China....que tudo o que chega no limite vira no contrário.
Talvez precisemos de voltar ao fascismo, as ditaduras e a falta de liberdade, talvez só ai possamos valorizar o que tínhamos.
Ninguém se esqueça que a culpa não morre solteira.
E tu mesmo que lês e escreves este texto, a culpa também existe em ti.
Porque é mais fácil julgar, culpar e destilar odio e rancor que dar a mão a palmatoria e fazer algo grandioso.
E termino parafraseando Shakespeare :
''Que época terrível é esta, onde idiotas dirigem cegos?''
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