domingo, 11 de setembro de 2011

O Voo da Aguia

Tive uma noite cheia de sonhos, acho que a mudança do tempo faz-me sempre isso.
Nao, nao tinha sonhado com Shamballa, nem com Lahiri Mahasaya.......

Fui surpreendido com um convite para ir almoçar fora. Devo confessar que foi muito interessante.
O meu almoço foi o costume, nao gosto de cozido á portuguesa, la foi bife da alcatra, com uns feijoezinhos brancos roubados do Cozido....

O retorno foi ligeiramente doloroso, porque tive que passar por locais cujas memorias associadas nao sao muito felizes, mas pronto.

Senti um impeto de ir caminhar. Eram ja 16h36 quando sai. Sozinho, sem Bina, nem ninguem.
Subi pelo Casal dos Ninhos, até á Panasqueira, e quase até á Asseiceira Pequena para chegar á Atalaia.

Nao encontrei ninguem nos montes. Tava um bocadinho fresco la no alto, mas eu queria ir até á Gruta da Bruxa, no lado lunar do monte.
Devo confessar que caminhar sozinho pelo meio do mato, ajuda a tirar-nos os medos que temos, substituindo-os por outros....

Atravessei Aquário, sempre puro, sempre perfeito, e pude ver ao fundo a Pena encoberta de nevoeiro.

E lá desci pelo lado lunar, um pouco como Ulisses aos Inferno. Dos sinais que tinha posto ha alguns meses -nem sinal!

La desci, a cantar um mantra indiano para me focar na intençao e menos no medo....

Houve uma altura estranha, em que o vento ao bater na gruta fazia um som tipo choro, e mais tarde no caminho os sons que vinham da Malveira faziam a impressao de haver gente no monte.

Caminhei, caminhei, a certa altura senti-me perdido. Continuei e la encontrei a Gruta.
Com o Verao nao tinha quase agua e eu precisava de agua para o meu homeopatico-xamanico.
Se quisesse agua tinha de entrar la dentro, e tirar a agua suja do chao........

Como sempre pedi aos seres de luz, a floresta um sinal se era preciso ir la dentro.
Nesse momento ouvi um som de aguia ou falcao ( peço desculpa mas nao sou perito em distinguir).
O Vento levantou-se....
Quase um SIM tens que ir la dentro.

E eu de novo, como todo o ser humano a resistir - Deixem-me ouvir de novo o barulho se é para ir la dentro.
O Vento tornou a agitar-se....mas nada de som.
Ao olhar para o alto vejo uma Aguia. So tinha visto uma Aguia no Zoo e era a do Benfica.
Voava la no alto, com asas enormes, e o vento parecia nao ter efeito sobre ela.

Olhei a gruta e lembrei-me da Gruta de Massabielle, onde em 1858, apareceu a Bernardette Subiroux a Imaculada Conceiçao. Mas a mim nao apareceu ninguem.

Entrei e com cuidado tirei um pouco da agua escura e potencialmente suja de la de dentro. Fechei o frasco e sai.

O resto do caminho foi mais calmo. É sempre assim, a ansiedade chega a um ponto enorme e depois decai.

Sentei -me pertinho do Monte Branco ou Monte do Sol. Vi de novo a Aguia na Montanha da Solidão ( tu ja tiveste na da Solidao Ric, era aquela que era dificil de descer!!)

O monte do Sol é para mim muito especial, nao so porque so la tive uma vez e a escalada é árdua, mas porque temos a sensaçao que o monte é oco ...
Fiquei ai a meditar, a sentir os raios do sol que pouco a pouco se punha.
Ja calmo, deixei-me estar....
Embalei numa ladainha gibberish, ou non sense....deixei a minha boca falar as palavras ao acaso e o meu coraçao interpreta-las.

Retornei o caminho de descida. Apesar de ter andado tanto como quando fui a Malveira a semana passada, sentia-me muito mais leve, alem de uma sensaçao de que o dia foi curto.
Cheguei, pus a agua da gruta com o ricino e alcool e deixo estar.

Agora preparo-me para tomar um duche e logo a noite ter um curso online de Karuna pelo IPEC.

Ainda assim fico e sinto-me pasmado por ter sentido aquela aguia tao perto de mim, especialmente  naquele local, aquela hora, como se sincronicidade maior nao houvesse.


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