quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Anxious forms


O que mais gosto de Satie é sentir na sua musica a mesma melancolia que permeia a minha alma.

Gosto de olhar o tempo, a natureza, as imagens de uma França rural, da sua costa....

Pode parecer estranho, mas acredito que nas dores da nostalgia, do tempo que passa, na natureza, tem em mim um certo gosto.

Não é o gosto por sofrer, pela perda ou pelos eventos.

É quase um gosto, um joie de vivre pelo melancolico.
Gosto muito de paisagens adornadas por musica.
Talvez seja isso que me seduz no cinema.

Os ritmos, a melodia, as paisagens, as cenas. Uma espécie de bucolismo.
Mais que canções ou dialogos, é a ideia da fotografia com musica de fundo que a minha alma procura.

Quando me pergunto a mim mesmo se existem locais bucolicos vividos pessoalmente por mim, interrogo-me.
A travessia do Guadiana até Espanha em Vila Real de Santo António, Pádron na Galiza, atravessar a ponte sobre o Tejo olhando o Tejo a tocar nos sopé do monte do Cristo Rei, por vezes quando desço a Alameda D.Afonso Henriques....

Sim existem sitios bucolicos.

Estranho sentir este gosto.
Estranho gostar de certos sitios.
Normalmente gosto de ir e pôr musica a condizer.

A minha Trindade musical do bucolismo sincretiza-se em Satie/Alberto Iglesias/ Gurdjieff e Hartmann.

Como diferentes escalas, cada um move-me numa faixa diferente.

Satie a nostalgia, o mar, a costa, a França, a tristeza como joie de vivre.
Gurdjieff leva-me ao espiritual, mas um espiritual desprovido de crenças, mas de uma aspiração de ser, leva-me à Turquia, ás costas da Grécia, ao Mar Negro, ao Mediterraneo.
E Iglesias, leva-me à minha amada Espanha. Nem sempre a Espanha fisica, mas uma especie de Espanha sentimental e emocional, uma mistura de flamengo com deserto, igrejas com sangue, órgias de sexo misturadas com celibato...

Nem sempre é facil ser assim.
Lua em Peixes e Vénus em Caranguejo dizem-me alguns amigos ligados á Astrologia.

Quem sabe.


SATIE



GURDJIEFF





IGLESIAS

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