domingo, 25 de outubro de 2015

Realidade


A realidade como a experimentamos é apenas uma fracção diminuta da Grande realidade.
Mas quem pode vivenciar, experimentar, viver, perceber a Grande Realidade?
Somos apenas fragmentos soltos, sem ponto de união, crendo, crendo, crendo em coisas externas a nós, ditadas por outros, ouvidas por outros, sempre por outros.
Onde esta a nossa experiência?
Onde esta a ciência?

Na negação encontramos a primeira verdade - nada podemos experimentar.
Tudo se sobrepõe de tal forma a que somos apenas cordeiros levados ao matadouro.
Não pelos outros, mas pela crenças formatadas que cremos e experimentamos.

E quando percebemos um pouco da realidade vamos desdenhando dela.
Ela é incomoda.
Ela é mais insatisfação que qualquer realização.

Ela é um rumor.
Isso doí, porque ao ser um rumor, ela precisa que o encontremos.
E isso pode desconstruir a vida do homem comum.
O homem comum não se preocupa com a imortalidade, apenas se satisfaz com pretensas crenças sobre ela.
Que homem age sobre si mesmo?

O silencio e a solidão são portas para o caminho do Eterno.
Elas são etapas preciosas.
O convívio poderá existir depois, um dia.
Mas para chegar ao eterno que permeia a realidade, o silencio completo tem de existir.

Ele é um zenit duro e difícil. Calar os outros, as rádios e tvs é fácil, mas calar a mente, isso sim torna-se difícil.
Quando ocorre esse momento algo maior já esta a aproximar-se.

A solidão e o silencio vivem conjuntas.
Ambas são duas faces da mesma moeda.

Elas representam em si a renuncia ao mundano, aos caprichos dos desejos, ao mundo externo.

Para o mundo la fora o homem que esta em silencio, no isolamento, tudo isso é um monstro. Um ser estranho.

Por isso, para o homem comum Deus continuará a ser apenas um mito.
E o caminho para ele uma trivialidade, fomentada por palavras sobre palavras.

E tudo isso é apenas algo.... mas muito, muito distante da Realidade suprema e da Grande Verdade do Homem.
Assim a Verdade e o Homem continuarão escondidos no silêncio, na penumbra e na solidão, pois quem os buscará ?!

in Apontamentos de Gurdjieff em mim



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