segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Testemunho de alguém na senda da espiritualidade



Agora sei a diferença e o que senti realmente assim que entrei em tua casa: Foi a vibração! Foi como se
tivesse entrado numa bolha e estivesse longe do mundo, longe da vida. Criei, de facto, antes, a intenção de
receber a cura - a libertação dos meus bloqueios que, reconheço, não estavam a permitir-me seguir, e me tornavam pesada. Ao entrar, de tão sereno que estava o ambiente, não me senti à vontade. Depois, conforme fui falando e mentalmente processando, acabei por me entregar.
Quando começámos a meditação, senti dentro de mim um grande desejo de que trabalhassem em mim. E,assim que fechei os olhos, senti uma coluna, ou melhor, um canal em cima da minha cabeça, com uma luz luminosa, como se fosse um holofote e, apesar de estar uma luz fraca na sala e de eu ter olhos fechados,era como se houvesse uma iluminação de dia.
Ao mesmo tempo, sentia o peso que carregava e que não me permitia sequer estar confortável na cadeira. Qualquer posição me provocava desconforto... mas havia aquela luz forte! De repente - quando comecei a visualizar a esfera dourada, e isto foi em milésimos de segundo - fiquei leve! Estava confortavelmente sentada na cadeira, tinha-me passado a dor na coluna e o aperto no coração.
Comecei a sentir uma leveza e a sentir a "presença" que estava na sala: No meu lado direito, comecei a ver
aparecer uma figura que foi tomando forma, e percebi que se assemelhava a um anjo, era enorme e tinha
asas, todo vestido de branco. Em baixo, numa desproporção enorme, estava eu, pequenina, agarrada aos
pés dele procurando segurança e paz.
Quando começaste a falar (canalizar) e no desenrolar da mensagem, percebi muitas coisas. Afinal, eu não
estou sozinha, e continuam a trabalhar em mim, tanto quanto lhes é possível; tanto quanto eu deixo. Os
meus companheiros continuam a ser os meus guias de nascença, porque eu sou como uma criança que sai
à rua pela primeira vez e não está preparada para enfrentar a vida. É como se tivesse “hibernado”, e, por
isso, não estou preparada para dar o sim.

Eu ainda não me entreguei totalmente. Talvez o ter pedido o Implante Neutralizador tivesse sido um impulso
da energia de Carneiro... e fiquei à espera que acontecessem coisas na minha vida. Pensei que iriam resolver-se os assuntos que tinham de se resolver, e fiquei atenta ao que acontecia à minha volta, de forma a
tentar “julgar” se isso era ou não o resultado do meu acto. Disseram-me os meus guias que teria de mudar algumas coisas na minha vida: tudo aquilo que procuro no exterior e nas relações, as situações a que me sujeito em troca da segurança que nunca tenho. E, por fim, chegou a dor de ouvir que, se eu insistir nesse tipo de aprendizagem... terão de me retirar tudo para eu poder aprender que não preciso de nada!

Percebi que comecei a atravessar o “túnel escuro”, entrei nele e não posso voltar para trás, mas tenho medo
de caminhar para a frente. E reconheço-o com toda a humildade, se isso vale de alguma coisa: em certos
momentos não sei se quero caminhar para a frente, não sei que tipo de vida quero ter; noutros momentos
não quero perder nada do que me rodeia, mesmo que o que me rodeia seja nada; noutros momentos ainda
não quero saber quem sou, mesmo que viva enganada.


Sinto-me a ser confrontada com as minhas grandes verdades, tudo aquilo que eu sou e que julgava não
ser. Mas também sinto que estou a caminhar, passo a passo, não quando faço tudo para agradar ou porque
sei agradar, mas quando me vejo ao espelho, quando reconheço as minhas dificuldades, a que vulgarmente
chamamos defeitos. E tudo isso faz-me compreender um pouco mais de mim e de todo o percurso da minha
vida. Quando consigo ver-me à transparência e aceito aquilo que também sou, assim como aquilo que queria mas não consigo ser, cresço mais um pouco! Estou longe de atingir o objectivo, mas sinto que há muito trabalho a fazer, e não conseguirei seguir em frente sem passar por essas etapas. Nem que seja admitir a minha incapacidade, neste agora, de me entregar.
Mas, alguma coisa tem de ser feita... ou não tenha eu nascido sob a energia de Carneiro!
Para caminhar para esse sim, que não precisarei de verbalizar porque Eles irão saber, tenho de dar o primeiro passo. E percebi que aquilo que mais me impede de seguir em frente, são os meus pensamentos.
Formas que projecto e me amarram, medos que me cegam e me levam a tomar decisões menos correctas ou me impedem de tomar as decisões mais correctas que me sirvam em espírito. O que tem de ser feito é estar atenta, o mais possível, a mim própria, e perceber se aquilo que projecto mentalmente me serve e me torna num ser livre! Essa liberdade é o meu objectivo principal. Tudo o resto à minha volta, tenho a certeza, se ajustará à minha energia. Ou não! Mas aí já não fará diferença alguma. É uma certeza interior como se tivesse de cuidar de um Jardim, um Jardim Interno, semeando com Amor aquilo que gostaria de colher, e tratar dessa terra sagrada não deixando crescer as ervas daninhas. Esse amor que facilmente dirijo e projecto nos outros tem de me ser dirigido. Alterando o conceito principal e substituindo a energia que despendo em tratar o Jardim alheio para poder receber flores, tornar-me-ei no próprio jardim. Para isso, e porque sei que não estou sozinha, conto com a ajuda dos meus Guias.

Um beijo (M.E. Portugal)
in A Voz do Espirito, de Vitorino de Sousa

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