quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

LEUVIAH exorta:

"Dei poder à tua sensibilidade, não para te satisfazeres com os prazeres do instinto, mas para poderes captar a beleza de um mundo onde o homem ainda não chegou.
Abri a chave da tua memória das vidas, não para evocares a recordação de orgias irrisórias, mas para poderes recolher do teu passado o testemunho vivo da eternidade.
Defende-te da nostalgia e das evocações do que foi e projeta as tuas forças interiores, com vigor, em direção ao futuro.
Eu quero que sejas, Peregrino, um vivo modelo do homem de amanhã, desse homem que ultrapassará a sua condição atual.
A Humanidade prepara-se para criar Universos e de ti devem sair, através daficção artística, as obras que terão o sabor desses Mundos futuros.
Lança em direção a Mim o cabo e o laço das tuas aspirações e Eu ligar-te-ei à Região dos Arquétipos, para a Personalidade Humana poder exprimir ao mesmo tempo uma nova arte, uma nova ciência e uma nova religião".



Quem Sou?

Dizer quem sou é um desafio. Um desafio porque tento descobrir isso todos os dias da minha vida.
Percebi que resumir-me aos dados do bilhete de identidade, ás qualidades e defeitos, amizades e preferências, historia de vida e reacções, não revelam o meu Eu.

São apenas rabiscos, traços feitos á superfície da agua.

Quem eu Sou tenta revelar-se pelo que sinto, pelo que sonho, pelo meu percurso.

Há muitos anos que me procuro a mim mesmo. Encontro-me muitas vezes por ai....perdido em largos campos, nos becos das grandes cidades, numa musica que me traz desconforto e alegria, em sensações e emoções, e essencialmente quando me desafio, quando desafio a minha consciência mais embrutecida e temerosa.

É aí que as potencialidades se revelam, é ai que sinto o caminho que sou.

Todos nos temos historias de vida diferentes. Passamos todos por sofrimentos e alegrias, traumas e vitórias, sonhos e  pesadelos. Isso não é Quem Somos. Nós somos é o resultado, a reacção da nossa presença a essa historia, a esse cenário...

Acredito que todos vivemos muitas vidas, e em cada uma delas representamos um papel diferente, mas não porque escolhemos esse papel como um actor escolhe, mas sim porque nos perdemos na identidade dessa caracterização...  Somos no fim, os mesmos seres, a passar por experiências diferentes, a termos reacções diferentes, mas com o mesmo background interno, e é esse background interno a que podemos chamar de Eu ou Alma.

Em todas as vidas, temos novos adereços, novas historias, mas como um actor numa peça, por detrás da personagem, por detrás daquela historieta está sempre o mesmo ser.

Um dia contactei uma angeóloga. Confesso que é algo desapontante se vamos em busca de respostas fáceis, de planos para o amanhã, porque o que acontece é nos revelarmos a nós mesmos.

Ela entregou-me um papel, que tinha uma oração e uma exortação. E foi ai que percebi as imensas semelhanças que haviam entre aquele anjo e a parte mais interna do meu ser.

Sou sensível. Confesso o directamente, ainda que muitas vezes não a expresse. Acredito que essa sensibilidade é aquilo que me ajuda a criar histórias, é o que me torna a vida tão difícil também e ao mesmo tempo me traz orgias de emoções e sensações perante situações a que outros não dariam qualquer valor.

O passado para mim tem um sabor agridoce. Apesar de ter tido experiências horriveis na infância e adolescência  também tive acontecimentos incríveis, conheci pessoas que me tocaram a alma para sempre, sofri e amei, chorei e valorizei as alegrias. O passado é para mim um monstro, que muitas vezes me agrilhoa ainda, ou não sejam as evocações que desejamos para o futuro um resultado do sentimento obtido nas evocações do passado, para o bom e para o mal.

Sou, sinto-me Peregrino. Tenho em mim esse sonho. Caminho muitas vezes, fora de mim e dentro de mim. Perco-me nas planícies andaluzas e nos penhascos galegos, nos caminhos tibetanos e nas vielas turcas.
Estou sempre a viajar, a criar, a caminhar.....em direcção a mim.

Não andar, que é o que tenho feito ultimamente é uma dor perniciosa, já que revela internamente á minha alma que não me descubro mais, que não estou a viver, que estou fechado dentro da minha carapaça qual caranguejo ferido.

Repito-o, sou um homem de ficção.  Mesmo que nos últimos anos não o faça profissionalmente, sei indeletavelmente que é uma parte permanente de mim. Imutável, junto dos meus sentimentos, volátil a qualquer emoção e situação. Essa ficção acontece também como forma de vida, preferindo muitas vezes a vida sonhada e ficcionada á vida vivida e real.

Sou um pouco um alquimista, que trabalha com arte, numa nova ciência em prol da religião. Sou um escritor, cientista, naturopata, espiritualista....
Sou alguém que procura revelar-se sempre a si mesmo, porque no fundo, mesmo nas situações, nos outros, na vida estamos sempre a procura de Nos Mesmos...


Oração a Leuviah :


Limpa, Senhor, a minha memória inconsciente de todos os elementos poluentes; afasta dos meus sonhos as imagens, assustadoras ou monstruosas e faz que as minhas projecções imaginativas tenham um sentido e, graças a elas, os meus irmãos, os homens, possam perceber um Universo sem fronteiras, no qual o passado ancestral dá a mão a um futuro resplandecente.

Permite, Senhor LEUVIAH, que eu encontre o ponto de equilíbrio entre a minha realidade física e a minha realidade imaginativa para poder ser o programador de um mundo situado, hoje, para além do Humano.

1 comentário:

  1. Welcome back!

    Excelente auto-retrato. Embora como sabes, ainda tenho algumas dúvidas em relação à alma, tu consegues defender a tua ideologia muito bem e de forma coerente.

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