quarta-feira, 30 de setembro de 2009





Tirar esta carta em uma leitura é o reconhecimento de que alguma coisa acabou, de que algo está se completando. Seja o que for - um emprego, um relacionamento, um lar que você amou, qualquer coisa que possa tê-lo ajudado a definir quem você é - é hora de deixar para trás, permitindo qualquer tristeza que surja, mas sem tentar se agarrar ao que se completou. Alguma coisa maior está esperando por si: há novas dimensões a serem descobertas. Você ultrapassou o ponto a partir do qual não há volta, e a gravidade está a cumprir a sua função. Não resista: isso significa libertação.

Prepare o seu filho em 5 minutos

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Tristes resultados nas eleiçoes. Os portugueses parecem esquecer os anos do Estado novo.
De qualquer modo podia ser pior....



Roman Polanski preso....por um crime que ocorreu ha mais de 30 anos, e cuja vitima e agressor ja chegaram a um entendimento. Os EUA tem tantas coisas boas como mas....veja-se.


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Abraços negros

O que me toca em Almodovar sao as imagens que se convertem em emoçoes....
As imagens, os plots, as personagens dos seus filmes roçam no meu intimo, despertando sensualidades, despertando dramas, pondo-me em ''pele de galinha''.
Para isso tambem muito contribuiu a musica calma e desesperada de Alberto Iglesias.
Cada vez que oiço as suas musicas iniciam-se em mim ideias, sentimentos, corre-me nas veias um fogo fatuo, uma mistura de criatividade e angustia.

Os Abraços Rotos contem um pouco dos dois mundos almodovarianos: o do humor negro e o do drama solitario.
Talvez por isso cause alguma estranheza.
Nao é um Pepi,Luci, Bom, mas tambem nao é o Má Educaçao....

O filme volta a estrelar Penelope Cruz, nesta vez num registo mais negro e sarcastico que o usual. Ao lembrar-me do filme, chego facilmente a conclusao que a sua personagem é quase mitologica, ela apenas existe nas memorias dos outros personagens, nas fotografias, nos fotogramas perdidos. E nisso ela remete-nos a uma Marylin Monroe, a qualquer diva da Setima arte....

Os movimentos sao captados de forma elegante, artistica e dramatica, eles remetem-nos sempre para uma emoçao subjacente.

É um filme muito simbolico. Arido, sombrio, negro, como ...Lanzarote.

Harry Caine / Mateo Blanco lembra muito os mitos de Quiron e Amfortas.

Amfortas é o rei do graal, que foi ferido pelo mago negro Klingsor com a lança de Longuinos que acabou por perder por se ter deixado cair na tentação da bela Kundri.
Klingsor depois de lhe tirar a lança santa feriu-o com a mesma. A chaga com que Amfortas ficou, nunca sarou e causava-lhe horríveis dores de tempos a tempos, só sendo curado quando o Graal lhe é entregue por um jovem messianico.


Quiron é tambem um mito grego que fala de um Deus que é ferido por uma flecha e mais tarde curado.

Harry é a ferida e a cura, o bloqueio e o potencial.

O final do filme é para mim a parte mais fraca, pois nao consegue conter a imensidao e riqueza do plot, sendo jogado numa historieta secundaria e sem significado.

Um filme a meditar com o tempo......

quarta-feira, 23 de setembro de 2009




Tem sido uma semana complicada. Desde sintomas a pseudosintomas, desde problemas reais a irreais, isto tem andado num mar de caos.
Tem sido as complicaçoes com o meu pai, os meus problemas, a minha imaginaçao doentia.....
A minha mente, o meu ego, gosta de saltar de problema em problema, de doença grave em doença grave.
Acredito que isto esta a mudar....
E devo ir em frente....
E entender que a tudo o que tenho é me Dado pela VIDA, pelo UNIVERSO, pelo PAI.
Que tudo isto é uma experiencia, um viver de opostos e situaçoes.

A todos muita luz

sábado, 19 de setembro de 2009

In love por ...Harry Palmer

Harry Palmer não é James Bond. Nem o pretende ser.
Mesmo sendo dirigido (por vezes) por Guy Hamilton, com a colaboraçao de Ken Adams, John Barry e a produçao de Harry Saltzman.

Harry Palmer é cinzento, negro, serio, duro. Assemelha-se mais a verdadeira espionagem, sem gadgets, vilões espalhafatosos, cenas de acçao irreais....

Ele é um espiao sem o querer, sem apoios e backups, sem finais felizes.

Funeral em Berlim (1966) relembra-me cenas de Russia e de Octopussy, no entanto é bastante mais negro, sombrio e denso que os mesmos. Varios plots retorcidos, varias tramas a decorrer, varios viloes que no fundo nao passam de pessoas a tentarem sobreviver.

É um filme que nao deixa o heroi nos braços do amor, pelo contrario, deixa-o amargurado pelos ''amigos'' que teve que matar, pelo que aquela profissao faz por ele : despedaça-o!


Ansioso por ver outros filmes da serie.......

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ver Jesus em cada ser




Todos nós temos uma vida muito atribulada, muito acelerada…sem tempo para nós próprios, o que muitas vezes gera uma imensa hostilidade no relacionamento com os outros. O ideal seria termos mais tempo para nós, para conseguirmos firmar a nossa essência, para sabermos quem somos… E a partir daí começar a lidar com os outros de uma forma completamente diferente.

Jesus diz que a Era do Aquário é a Era da Essência. A era de parar de fazer o que os outros esperam de nós e começar a fazer o que a nossa alma espera de nós.
É a era de aprender a escolher… por quem eu sou, pelo que a minha energia é.

E por esta ordem de ideias, se eu não souber quem sou, não saberei escolher. E só vou poder saber quem sou se estiver comigo, se conhecer a minha energia….

Deixem-me dar-vos o desafio que Ele me ensinou para lidar melhor com o nosso dia-a-dia, sem sair da nossa energia. Imaginem que alguém vos trata mal. Como é que vocês reagem? Da mesma forma? Com a mesma moeda? Descem da vossa energia para “responder ao outro”?

Não percebem como isso vos faz mal a vocês próprios, às vezes mais do que ao outro?

E se imaginarem que Jesus está dentro dessa pessoa? Como é que reagem então?...

É que, assim como Ele está dentro de cada um nós, e nós podemos senti-lo, vê-lo ou ouvi-lo…Ele também está dentro de cada pessoa com quem vocês se cruzam, todos os dias, a toda a hora. Então como é que eu posso tratar mal alguém se eu conseguir vê-lo dentro de cada pessoa? Se vocês conseguirem olhar para cada pessoa como se o estivessem a ver, tudo irá mudar na vossa vida. E na vida dessas pessoas.

Quando estiverem a conversar com as pessoas, mesmo que elas estejam a ser hostis, pensem que estão a falar com Ele, considerem que estão a falar com Ele e vão ver que não vão conseguir levantar a voz. Muda completamente o foco. Se Ele está dentro de vocês é porque também está dentro delas. O desafio é exactamente este, tentar vislumbrar o bocadinho d´Ele nas pessoas com quem lidam no dia-a-dia.

E vão ver como a vida muda.

Como diz o ditado… “Muda, e a vida muda contigo”.


Alexandra Solnado

domingo, 13 de setembro de 2009

Set it Free....BE YourSELF



"Sua cabeça, sua mente, tem sido dirigida de muitas maneiras, por muitas pessoas. Não houve nenhuma má intenção. Seus pais amaram você, seus professores amaram você, sua sociedade quis que você fosse alguém. Suas intenções foram boas, mas seu entendimento era pequeno. Eles esqueceram que você não pode conseguir fazer a margarida se tornar uma rosa, ou vice-versa.

Tudo o que você pode fazer é ajudar as rosas a crescerem maiores, mais coloridas, mais perfumadas. Você pode dar todas as químicas necessárias para transformar a cor e o perfume - o adubo que é necessário, o solo certo, a irrigação certa na hora certa - mas você não pode fazer a roseira produzir lótus.

E, se você começar dando a idéia para a roseira, "Vocês têm que se tornar flores de lótus" - e é claro que as flores de lótus são belas e grandes - você está dando um condicionamento errado que ajudará somente para que esta roseira nunca esteja pronta para produzir flores de lótus; e ela não produzirá nem mesmo rosas, porque, de onde ela obterá a energia para produzir rosas? E quando não houver nem lótus, nem rosas, é claro que esta pobre roseira se sentirá completamente vazia, frustrada, estéril, sem valor.

E isto é o que está acontecendo para os seres humanos. Com todas as boas intenções, as pessoas estão controlando sua mente. Em uma sociedade melhor, com mais entendimento das pessoas, ninguém mudará você. Todo mundo ajudará você a ser você mesmo - e ser você mesmo é a coisa mais valiosa do mundo. Ser você mesmo lhe dará tudo o que você necessita para sentir-se pleno, tudo o que pode fazer sua vida significante. Apenas sendo você mesmo e crescendo de acordo com sua natureza, trará a realização do seu destino.

Então, o desejo não é mau, mas tem se movido na direção dos objetos errados. E você tem de estar ciente para não ser manipulado por ninguém. De qualquer maneira, as intenções deles são boas. Você tem que salvar a si mesmo de muitas pessoas bem intencionadas, os bem-feitores, que estão constantemente aconselhando você para ser isto, ser aquilo. Ouça-os, agradeça-lhes, eles não têm intenção de lhe causar algum dano, mas dano é o que acontece. Apenas ouça seu próprio coração - é o seu único professor.

Na jornada real da vida, sua própria intuição é a sua única professora... Intuição é dada por sua própria natureza. Você tem seu guia dentro de você.

Com apenas uma pequena coragem, você nunca sentirá que você é inadequado. Você pode não se tornar o presidente do país, você pode não se tornar um primeiro ministro, você pode não se tornar Henry Ford, mas não há necessidade. Você pode tornar-se um belo cantor, você pode tornar-se um belo pintor. E não importa o que você faça...

O que importa é aquilo que você está desfrutando do que está fazendo, que você está colocando todas as suas energias dentro daquilo, que você não quer ser ninguém mais; que isto é o que você quer ser. Que você concorde com a natureza que a parte dada a você para atuar neste drama é a parte certa, e você não está pronto para mudá-lo mesmo como um presidente ou um imperador.

Esta é a riqueza real. Este é o poder real.

Se todo mundo crescer para ser ele mesmo, você encontrará toda a terra preenchida com pessoas poderosas, de tremenda força, inteligência, compreensão e realização, uma alegria que eles tem ao vir para casa".

OSHO - The Transmission of the Lamp

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

As minhas escolhas para o Inverno


SUPLEMENTOS :

Como naturopata e agora como estudante de Medicina Tradicional Chinesa (e tambem como hipocondriaco) aqui estao os meus suplementos para o Inverno para prevenir as gripes e constipaçoes.

SUN CHLORELLA
é um
a alga riquissima em vitaminas e aminoacidos, como vitamina B12, clorofilia e betacaroteno.
A toma diária de Sun Chlorella estimula o sistema imunitário (dá-nos mais defesas contra as agressões ao organismo, como infecções); favorece a reparação de tecidos (maior renovação das células); promove a longevidade (rejuvenesce as células); previne as doenças e ajuda a superar mais rapidamente de doenças já instaladas.


OLEO DE OREGAO
este oleo é particularmente rico num composto chamado carvacrol, que é capaz de matar virus, bacterias, fungos e outros germes. É capaz mesmo de destruir bacterias resistentes a antibioticos, como a staphylococcus aureus, responsavel por pneumonias e gastroenterites.



THYMO TABS
sao as unicas pastilhas para a garganta capazes de derrotar as minhas profundas amigdalites. Estas pastilhas sao ricas em tomilho e eucalipto, com actividades antivirais, antibacterianas e anti-inflamatorias. E com equinacia e vitamina C que estimulam o sistema imunitario.




Estas sao as minhas sugestoes de prevençao para o Inverno.

NO capitulo III

O hospital de San Vincent era o que ficava mais proximo de Ausbreyville. E perto era ironia. Ficava a cerca de 40km da vila, no coraçao da cidade insular de San Benito e San Vincent.
Debbie tinha acabado de ter alta clinica.
Ela ja sabia ha muitos anos que sofria de epilepsia. Ja fizera dezenas de exames, mas nenhum medico lhe sabia explicar a verdadeira causa dos ataques.
Debbie conhecida de cor quando algo lhe ia acontecer: primeiro a cabeça começava a latejar, depois sentia dores e formigueiro nas extremidades dos dedos dos pés e das maos, pouco a pouco ia subindo uma nausea acompanhada de uma enxaqueca incontrolavel, seguiam-se depois imagens na sua cabeça, como se de um filme se tratasse, até atingir o auge, uma dor fortissima no peito e na cabeça, que a fazia perder a consciencia.....
Quando acordara no chao da sua casa em Ausbreyville, Debbie compreendera imediatamente que tinha tido um ataque. Ha mais de 9 meses que tal nao lhe ocorria.
Reunira pouco a pouco forças para se levantar. Cambaleando sentou-se num velho sofa esbatido pelo tempo.
Retirou da mala uma pequena garrafa de agua e tomou um medicamento que usava em sos.
Sem temer saiu porta fora, e partiu de carro para o hospital.
Aí fora medicada e foram-lhe feitos novos exames. Mas nenhum resultado.... a sua condiçao permanecia um misterio.

Voltou para o carro. Pensou em ligar para o irmao, ou para a sua melhor amiga Carol para a virem buscar, mas mudou de ideias. Tentou concentrar-se nas imagens que haviam surgido desta vez durante o seu ataque.
Uma mulher olhando o mar por uma pequena janela, um estranho homem que caminhava na mata, uma coruja e o corpo de uma mulher amarrado a uma cadeira de baloiço.
Muitas dessas imagens ja tinha visto durante ataques anteriores, mas desta vez pareceram-lhe mais reais.
Ligou o carro e andou sem destino.
Era ja de noite.
Parou o carro num pequeno drive-inn e tomou uma cola e uma sandes.
Conseguia ver nitidamente uma mulher, vestida a moda antiga, a olhar o mar. Debbie nao queria apagar essa visao.
Porque razao parecia fazer sentido?
Foi entao que Debbie reparou que a janela onde a mulher olhava o mar, era a janela do primeiro andar da sua casa em Ausbreyville.
A imagem que lhe surgia durante os ataques, a mulher que olhava angustiosa o mar por uma pequena janela, era na sua casa, na casa que fora da sua mae, da sua avo, e originalmente da sua tia-avo.
Debbie lembrou-se entao que deixara a porta aberta.
Pagou a sandes e a cola, meteu-se no carro e dirigiu-se a auto-estrada.
Apesar de desejar voltar a Ausbreyville e poder resolver o misterio, Debbie partiu para a capital. Estava assustada.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

NO capitulo II

Debbie olhava o mar. Ali no promontorio de Ausbreyville, perto da casa que lhe coubera na herança da sua mae.
A casa tinha mais de 80 anos. Pertencera a sua tia-avó Elizabeth, e passara depois para a sua avó Manderley, e mais tarde para a sua mae. E agora era de Debbie.
Debbie tinha cerca dos seus 33 anos. Cabelo ruivo, olhar esquivo, feiçoes esbranquiçadas, usava sempre (ou quase sempre) jeans e gostava de vestir peças baratas, nunca se importando com marcas ou outro tipo de etiquetas.
Como fotografa que era, Debbie procurava ver sempre as coisas de um prisma diferente. quando na herança da sua mae lhe coube a velha casa de Ausbreyville, ela nao pulou de contente, mas nao ficou tambem chateada por ter ficado sem o apartamento de sua mae, que calhou ao seu irmao mais velho, Junot.
Ausbreyville tinha menos de 30 pessoas. Contaram-lhe que sempre fora uma vila pequena. Uma vila perdida, que vivia do mar e da agricultura.
Debbie vivera sempre na capital. Mudar-se para Ausbreyville era algo impensavel.
Esperava poder restaurar a velha casa tornando-a no seu refugio do stress, a sua casa de ferias.
Debbie dirigiu-se de novo a casa. Nao estava muito estragada apesar dos anos. A sua mae havia morado ali durante a Segunda Grande guerra, por temerem que os alemaos chegassem e destruissem a capital. Mas nem a sua mae tinha memoria disso, era pequena na altura.
A sala era muito grande, espaçosa, com uma grande lareira, e com a cozinha unida por uma portinhola. Tinha escadas para um primeiro andar. Estas estavam velhas, mas a carpete que fora colocada no inicio da sua fundaçao ainda se fazia notar.
Subiu as escadas lentamente, roçando a sua mao na parede amarelada, investigando com o seu tacto, procurando as memorias de um tempo perdido.
Era um primeiro andar pequeno, composto de apenas um quarto, uma arrecadaçao e uma pequena sala (que fora adaptada pelo seu pai para ser a casa de banho).
Debbie reparou que o quarto tinha uma pequena janela com vista para a praia e para o promontorio de Ausbreyville.
Havia um antigo estrado (que outrora devia ser a cama) e uma escrivaninha.
Debbie estava cada vez mais encantada com aquele lugar.
Abriu a escrivaninha. Para sua surpresa estava cheia de livros velhos, alguns envelopes e canetas de tinta.
Sentiu-se nesse momento mal disposta. Como se de um enjoo se tratasse.
Desceu as escadas e sentou-se no vao das mesmas.
Estava a ter de novo um ataque. Começou a vomitar, a sua mao tremeu e os seus olhos fecharam-se.
Durante cerca de 50 minutos a sala, a Casa voltou a estar em silencio absoluto.
Tal como estivera nos ultimos 80 anos.....



CONTINUA

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Novela Online

A que quiser contribuir envie um mail para joaofilipefranco@gmail.com .
Pode contribuir com um capitulo ou apenas um paragrafo....






I

''Querida Manderley, enquanto te escrevo esta carta a minha alma entrou numa angustia tremenda. Sei que isto pode parecer ridiculo, mas acho que estou a ser vigiada.
Nao me perguntes porque, ou como, porque nao te saberei responder. E nao julgues tambem que isto é um delirio de uma recem-casada que nao tem nada, nem ninguem com quem conversar.
Bem sabes que Ausbreyville fica ao lado de um promontorio, e que a nossa casa fica a mais de seiscentos passos da vila, mas nao é a solidao que me assusta. Ja passei por periodos bem piores, quando o Pierre teve tuberculose e fiquei aqui sozinha, com a companhia matinal da Tia Sarah, mas ficando as tardes e as noites aos cuidados de July, o meu pequeno gato de olhos verdes....
Pierre passa os dias na praia, corre pela praia, deita-se ao mar, buscando um sopro de criatividade para as suas telas.
Depois que a Tia Sarah faleceu, que Deus tenha em paz a sua alma, nunca mais pude dormir descansada. A imagem do seu rosto gelado, as suas maos ja verdes amarradas a cadeira de baloiço, tudo isso ainda me assusta e me atormenta de noite.
A noite passada adormeci ja tarde, ja Pierre dormia profundamente. Vi-me ao pé do mar, e o meu corpo era arrastado pelas ondas, e vi a minha face livida e assustada a ser lavada a todo o momento pelas aguas salgadas. Os meus olhos estavam esbugalhados como os da tia Sarah. Antes de abrir os olhos contudo, dei comigo acordada, e ouvi no silencio do quarto como se fossem passos, e depois uma voz rouca e malefica passando as maos pelo meu cabelo.
Mas quando abri os olhos momentos depois nao vi ninguem. A porta estava fechada, mas a pequena janela que da para a praia estava entraberta. Pierre dormia ainda.
Só espero que tudo nao passe de um delirio querida Manderley. So espero que a minha alma nao esteja certa, e que tudo nao passe de um delirio da minha mente.
Com amor, da tua irma, Elizabeth ''

domingo, 6 de setembro de 2009

In e Out


Agora, tudo está de cabeça pra baixo. Você esqueceu completamente o interior, o exterior tem se tornado a totalidade da sua vida. Isto é como se alguém estivesse de pé sobre a própria cabeça e esquecido completamente como erguer-se sobre seus pés novamente.
Agora, erguendo-se sobre a sua cabeça, sua vida será realmente difícil. Se você quer ir a algum lugar, se você quer fazer algo, tudo se tornará muito muito difícil, quase impossível.

E isto é o que está acontecendo. As pessoas estão de cabeça para baixo, porque o lado de fora tem se tornado mais importante do que o interior. O exterior tem se tornado totalmente importante, e o interior é completamente ignorado, esquecido.

O tesouro real é interior. Do exterior você pode obter somente pistas do tesouro interior. Do exterior, somente setas apontando para o mais íntimo coração do seu ser; do exterior, somente marcos. Mas não se apegue a um marco, e não pense que ele é a meta e que você chegou.

Lembre-se que o homem comum está vivendo uma vida muito anormal, porque seus valores estão de cabeça para baixo. O dinheiro é mais importante do que meditação, a lógica é mais importante do que o amor, a mente é mais importante do que o coração. Poder sobre os outros é mais importante do que o poder sobre seu próprio ser. Coisas mundanas são mais importantes do que encontrar tesouros que a morte não pode destruir.

Deixe isto penetrar fundo em seu coração: a menos que o interior se torne mais importante do que o exterior, você estará vivendo uma vida anormal. A pessoa normal é aquela cujo interior é a fonte de tudo o que ela está fazendo.
O exterior é apenas um meio, o interior é o fim.

O caso de amor que você tem com uma mulher ou um homem é um meio para o fim. O fim é ter um caso de amor com sua mulher interior ou seu homem interior. O exterior tem sido usado como uma situação de aprendizado, é uma grande oportunidade.

Eu não sou contra o caso de amor exterior, eu sou completamente a favor dele, porque sem ele você nunca se tornará ciente do interior. Mas lembre-se, não fique preso no exterior".

OSHO

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Dinner Scene

Antes de lerem peço-vos que vejam o Video ao lado, intitulado Fire walk with Me - Dinner scene.


Para uma parte dos fãs da serie Twin Peaks o misterio da morte de Laura Palmer, e enfim os misterios de toda a serie residem num estranho mundo espiritual e oculto que se manifesta na estranha mata.

No entanto o filme, desconstruçao da serie, vem por fim a esse misterio e trazer a verdade, - que a culpa e os misterios da serie residem no Lado Negro da alma humana.

Os misterios de Twin Peaks sao simplesmente a metáfora para o lado negro e brutal que existe em toda a humanidade.

Será Bob um espirito, ou simplesmente a mascara criada para ocultar a verdade, que é por fim mais tragica e cruel que o proprio espiritual e oculto?

Será Leland um santo homem que sem querer deixou entrar um demonio dentro dele, ou nao sera ele um homem torturado com um lado negro e destrutivo que se mascara num intuito de nao se deixar reconhecer aos outros e a si mesmo?

Será Laura a prostituta, a drogada, a resabiada, ou simplesmente uma vitima de um mundo interior destrutivo, que foi detiorado pela sociedade, sendo sim uma vitima social?

Fire Walk With me é na verdade uma desconstruçao da serie, porque simplesmente vai aos acontecimentos, sao a reconstituiçao da cena do crime, sao os proprios acontecimentos. A serie é apenas o palpite, a conclusao forense, o resultado da perda.

O filme é o acto, é a verdade, é a dor verdadeira. O filme é o mundo interno exposto, sem no entanto nos deixar certezas, é sempre a verdade e a dúvida.

Durante os 17 primeiros episodios da serie o misterio da morte de Laura Palmer é o tema dominante.
A familia Palmer nunca nos aparenta uma familia vulgar : as imagens do casarao, as danças de Leland, as visoes e o vicio de nicotina de Sarah, as fotos de Laura que parecem nos falar, o quarto...

Apos a morte de Madeleine Ferguson por Bob/Leland e, apos a sua prisao e morte, ficamos encerrados numa duvida de quem é quem.

O filme responde-nos a isso, na verdade o filme responde a muito mais. Mas fa-lo de um modo silencioso, de um modo simbolico, quase onirico, trazendo toda a estraneza da serie para explicar de modo quase freudiano as verdade sexuais e tenebrosas que assombravam a serie e o misterio por detras da mesma.

''The man behind the mask is looking for the book with the pages torn out. He is approaching the hiding place. He is under the fan now.
'' - diz-nos Pierre, o neto da Sra.Tremond.

Quando Laura se aproxima ela ve Bob, e pouco depois o pai a sair de casa. A duvida continua, quem é a Mascara??

Mas o filme mostra-nos com profundidade que a familia Palmer é mais estranha, mais sofrida, mais obscura que a imagem feliz que a serie fazia denotar.
Sarah bebe, fuma descontroladamente, é drogada, grita e teme o marido......
Laura vive numa encruzilhada de mundos, entre a luz e a sombra, entre o que esta certo e errado, entre a verdade e a ilusao. Ela é uma santa e uma pecadora.
E Leland...quem é leland? Apenas uma marioneta de Bob?!

O filme mostra-nos tambem duas facetas, dois polos, como duas identidades vivendo no mesmo ser. Ele é severo, controlador, vingativo, e ao mesmo tempo doce, um pai amoroso e simpatico.

Mas é no final do filme quando laura encontra bob ela pergunta-lhe Quem és tu ?
Ela nunca poderia fazer essa pergunta se Leland fosse a mascara e Bob a identidade.

Bob é a mascara, ela nao consegue ver a realidade, ela nao quer VER.
E questiona-se, e questiona-o e por fim tem uma resposta.
A mascara cai, e a dor da realidade é 100vezes superior á da ilusao.

Quando Laura se encontra ja no vagao, ele diz-lhe : eu sempre pensei que tu soubesses que era eu!?
O filme volta a responder a questao.

Mas talvez a alma de Leland seja verdadeiramente Bob. Simbolicamente ela é .

Tal como simbolicamente Laura seja o arquetipo do Ser humano, assombrado pela sociedade, pelos impulsos e emoçoes, vivendo a vida da melhor maneira Que Consegue, soluçando entre a dor e a alegria, entre as trevas e a luz.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009


Dear Diary,
Undated


I know who he is. I know exactly who and what BOB is, and I have to tell everyone. I have to tell someone and make them believe. Someone has torn pages out of my diary, pages that help me realize maybe . . . pages with my poems, pages of writing, private pages. I'm so afraid of death. I'm so afraid that no one will believe me until after I have taken the seat that I fear has been saved for me in the darkness. Please don't hate me. I never meant to see the small hills and the fire. I never meant to see him or let him in. Please, Diary, help me explain to everyone that I did not want what I have become. I did not want to have certain memories and realizations of him. I only did what any of us can do, in any situation. . . . My very best.
Love, Laura

P.S. I'm giving you to Harold for safekeeping. I hope I see you again. I can't stay sober anymore. I just can't. I have to be numb.



THE PRECEDING WAS LAURA'S LAST ENTRY. SHE WAS FOUND DEAD JUST DAYS LATER

PORQUE É QUE EU NÃO SOU FELIZ?





por Vera Ghimmel
Primeiro, devemos entender o significado da palavra feliz. Muitas pessoas acham que ser feliz é entrar no universo daquilo que foi pré-estabelecido pela sociedade dominante. No Brasil, parece que é alcançar um posto profissional invejável, ter um carro do ano que desperte admiração, se vestir com roupas aceitas pelas regras de um determinado grupo que a pessoa frequente, ir a lugares caros onde será visto e reconhecido por amigos comuns, viajar a locais da moda, e mais uma vasta quantidade de pré-quesitos sociais de sucesso e aparência para se sentir aceito e aprovado. Que tormento!

Já atendi muita gente que cumpriu essa extensa lista de afazeres e continua infeliz. O dinheiro nos traz comodidades, mas se for o objeto de nosso desejo, trará servidão e medo, basta visitar as manchetes dos jornais nos últimos meses. A pessoa que passa boa parte do seu tempo tomando conta da “bolsa”, do “dólar”, da “onça”, pensa que está vivendo, até infartar ou se matar.

Estou falando de bem-estar interno. De se gostar e se aceitar plenamente antes de se aventurar às mudanças de vida. Não para perseguir um sonho que é mais uma satisfação social do que uma agradável jornada. Não é para fazer feliz papai, mamãe, amigo, etc. É para se sentir feliz com você.

Nossa história pessoal é apenas parte de nós. Quando nos olhamos num espelho, temos que transcender a nossa porta de apresentação pessoal (aparência, currículo etc). Somos maiores do que isso, basta não permitir o EGO tomar conta de tudo. Ele faz com que nos vejamos limitados, medíocres, presos. Não é preciso desconstruí-lo, pois ele também é importante para a devida auto-avaliação. Não se pode é dar poder a ele. É como se numa empresa de grande porte, chamassem o faxineiro para decidir sobre os rumos da instituição. Cada um faz bem o que se propõe fazer. O EGO é um subalterno numa macroestrutura que devemos entregar para quem entende. Se formos deixar para ele as nossas grandes decisões, estaremos fadados não só ao insucesso como as más escolhas. O grande diretor presidente de nossa estrutura é o nosso EU SUPERIOR que está “ali” pertinho de DEUS. Quando não temos direção, o melhor a fazer é parar, esvaziar a cabeça e submeter a apreciação d´ELE.

A pergunta é: o que eu estou repetindo que ainda não entendi o porquê? Quando começou o que eu estou insistindo em fazer e para que propósito, o que está me ensinando? Uma vez aprendida a lição extraída dessas perguntas, a vida tratará, espontaneamente, de trazer as soluções.

Somos seres duais, vivendo experiências que precisam ser aprendidas. Não é necessário ficar julgando se fez ou não o que deveria, pois o que foi feito era o possível na hora. Livre-se da culpa, pois além de engessar, não traz nada de inteligente em nossa vida. Pare de perseguir modelos que não são seus. Você é único, portanto fará do seu jeito. Deixe as emoções fluírem, pois elas represadas quando saem, são perigosas. Não fique preocupado com o que os outros pensarão de você, pois não viemos aqui para sermos avaliados por ninguém, isso é outra cilada.
Ser livre é ter certeza que a sua vida está sendo dirigida pelo melhor pra você. É poder ver o que aconteceu de trágico ou de bom e dali extrair o que podemos aprender sobre isso. Nenhum acontecimento é em vão. Tudo está encadeado como numa trama de novela que dará um resultado. Tenha paciência e não queira ver logo o último capítulo. Não fique pensando que nada tem solução, isso é a sua voz interna (arquétipo) que está ali para te boicotar. Quando ela aparecer, converse com ela e faça algumas perguntas tais como o que ela quer dizer com aquilo, de onde surgiu tal história, o que você precisa saber mais sobre isso, até que essa voz não tenha mais função e se transforme num aliado. Aceite seu lado sombrio ou aquele do qual você não gostaria de expor ou mesmo lembrar. Lembre-se que tudo faz parte do nosso todo e quanto mais você aceitar aquilo que te envergonha, mais rápido se transforma em algo produtivo.

A nossa vida é uma série de acontecimentos que se forem compreendidos (sem julgamento) após os sentimentos externados, podemos construir algo verdadeiro e só nosso, com o nosso jeito e entusiasmo. Não fique preso no seu drama. Ele apenas serviu para te construir. Você é mais do que sua história. Aceite a sua grandeza. Isso sim é ser feliz!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O Espiao que saiu do frio (1965)

''What the hell do you think spies are? Moral philosophers measuring everything they do against the word of God or Karl Marx? They're not! They're just a bunch of seedy, squalid bastards like me: little men, drunkards, queers, hen-pecked husbands, civil servants playing cowboys and Indians to brighten their rotten little lives. Do you think they sit like monks in a cell, balancing right against wrong?'',
Leamas (Richard Burton)

Saboteur

Na nossa vida, o maior de todos os sabotadores somos nós mesmos. Uma parte de nós deseja brilhar, ser quem é,  triunfar, mas outra parte tem...