domingo, 3 de agosto de 2025

Reflexão de dias dolorosos



 ''Vejo-os passar.
  De mãos dadas, a rir, com planos para o jantar, para o futuro, para o fim de semana.

E eu fico aqui.
Na cadeira do café. No banco do shopping. No silêncio do quarto.
Com a sensação estranha de estar a ver a vida a acontecer… mas não para mim.

Não lhes desejo mal — pelo contrário.
A alegria deles até me comove.
Mas há qualquer coisa nessa alegria que me lembra tudo o que me falta.

Não é inveja. É ausência.
É o eco de um abraço que nunca veio.
É o espaço vazio ao lado na cama, no sofá, na vida.
É o nome que nunca foi dito com amor.

E então, mesmo quando sorrio por fora, o que me vem por dentro é esse pensamento:

“Como é que todos parecem saber viver… menos eu?”

Gostava de não sentir isto.
Gostava de olhar para eles e apenas sorrir.
Mas a verdade é que a alegria, a felicidade dos outros faz brilhar o meu próprio vazio com mais força.
E isso dói. Dói sem gritar. Dói sem se ver. Mas dói.''

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Um mundo sedento de calor humano

 

(pintura de Patrick Ennis)

Hoje fui passear pelo parque após o jantar.
Estava uma noite quente e no parque corria uma leve brisa.
Dezenas de pessoas passeavam por aí - umas brincavam com filhos, crianças com crianças, a maioria dos adolescentes jogavam basquete ou andavam de bicicleta, uns quantos idosos e alguns casais apenas se sentavam a observar tudo isso e muitos outros deambulavam de um lado para o outro.
Senti que muitos esperavam algo. Os avós esperavam um abraço, o homem solteiro uma companhia e até as crianças outras crianças para brincar.

Enquanto passava surgiu-me uma frase de Erling Kagge quando fez a sua excursão ao Polo Sul - ''já me senti mais sozinho em festas do que aqui, no meio da natureza.''

Um dia destes escrevi algo no meu notebook - ''Perder-me parece ser o meu antidoto para o suicídio.''
E é verdade, sinto-me menos só quando estou só que muitas vezes em grandes eventos ou grandes multidões. 
Tenho em mim o desejo como escrevi um dia - ''Tocarei com a mão pelas searas, rebolarei na terra fresca, sentirei o pó das ruas, beijarei rostos e lábios, beberei, sorrirei, dançarei, chorarei. (...) Eu sei que vai doer. O estomago vai roncar. As pernas vao parecer metais ferrugentos, os pés vao abrir.....
Mas estarei a viver.''

Ás vezes olho para trás e apesar de tantos vazios, de tanto tempo perdido, consigo perceber que quando segui o nada, esta intuição, estes insights foi quando fui mais feliz. Apesar de olhar para tanta dor, tanto vazio na minha vida, vejo momentos divertidos.
Já chamei a policia a meio da noite em Itália em busca de ladrões imaginários, já vivi da bondade de desconhecidos, já me afastei das meias fedorentas do meu amigo numa viagem de bus de Sevilha, já mergulhei em aguas cristalinas, ja me embeicei, já tive experiencias de surpresa, dor, desespero e até de loucura. Já me embebedei sem beber vinho, já pedi em casamento no meio de risadas e brincadeiras, já dormi numa sala com centenas de pessoas, ou partilhar quarto a 3, já tanta coisa me aconteceu.

E o que percebi foi que quando me despojei do medo, quando deixei o meu eu ser quem ele é, quando me fiz a estrada a vida me deu bons abraços e boas aventuras. 

Somos seres bípedes e foi talvez o bipedismo e a diáspora humana que foram moldando a evolução humana, sempre entre um passo atrás e um para a frente.
Hoje vivemos vidas mais presas. Cada vez mais presos atrás de computadores, de aplicações de encontros, de tentarmos parecer o que não somos, de não perdermos, sempre frenéticos para chegar a lado nenhum.

Hoje sei e devia ouvir que como dizia Jesus -  Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á..... e talvez seja isso mesmo. Talvez precisemos de perder o nosso eu, ou pelo menos as construções sociais, mentais e de baixa auto-estima que criamos, as fortalezas que erguemos, as dores que escondemos.

Olho o mundo e vejo um mundo podre. 
Um mundo gelado de ódios e rancores, de nacionalismos ficticios e ansias de poder.
Vejo uma sociedade solitária.
Cada vez menos se cumprimenta, se diz olá, se ajuda um desconhecido ou mesmo um conhecido.
Queremos todos AMAR e amar MUITO mas ficamos todos fechados.

Estamos parados.
E quanto mais parados estamos menos calor geramos e recebemos.
Achamos que ali é nosso.
Deixamos de andar dois passos.
E parados gelamos.
E continuamos todos sedentos de calor humano.

Precisamos de arriscar. 
Ás vezes, um passo de cada vez............


sábado, 26 de julho de 2025

A Arte de escolher o caminho mais longo

 
Normalmente somos pessoas apressadas, mesmo quando não temos nada, nem ninguém á nossa espera.
Apanhamos o autocarro que vai pela via rápida e chega em Lisboa em 20 minutos, seguimos de metro que nos deixa quiçá no Saldanha em 12 minutos, despachamos o almoço numa sopa e sandes ou num Big Mac e matamos o tempo no telemóvel durante todas essas actividades.

Passamos o nosso tempo a ver o telemovel, a fazer scroll no Tiktok ou no instagram, a ver filmes, a ler, ou mesmo a dormir em última instância.

Eu, a não ser que haja pressa, ainda gosto de ir no autocarro lento que passa em todas as terras em vez do rápido. Talvez não veja nada realmente novo, talvez não seja uma viagem ''nova'' mas há sempre algo que ver. Mas mais que isso, gosto do tempo que demora o autocarro.
É muito estranho.
É como se aqueles 50 minutos fossem uma bolsa de ar onde posso fazer miríades de coisas - oiço musica, leio, vejo a vista, mas mais que isso, ponho os pensamentos em ordem.

Após o jantar gosto de caminhar. Comecei estas caminhadas para me ajudarem a perder peso, mas na verdade é que o movimento de caminhar, de ver o dia tornando-se noite, ver conhecidos e desconhecidos, passar por casas e ruas, me ajuda a pensar. Tomo o meu tempo!

Aprendi, quando fiz os dois caminhos de Santiago, que mais que o destino, é a viagem que interessa. Fiz amigos e conhecidos, tive aventuras, vi sítios magníficos, experiencias físicas e emocionais brutais, tive dores nos pés, bolhas e episódios de hipoglicemia, chorei, ri, abracei, sonhei.....

Diz Erling Kagge  no seu livro '' A Arte de Caminhar'' - '' a vida prolonga-se quando vamos a pé. Caminhar expande o tempo em vez de o fazer colapsar''.

Já me aconteceu no caminho de Santiago escolher um caminho diferente porque pensei que seria mais rápido. Resultado - andei meio perdido, por sítios difíceis, e demorei talvez tanto como se fosse pelo outro.

Há em nós um hábito ou um desejo, uma mescla dos dois, de fazer as coisas rapidamente - comer rapidamente, despachar os deveres rapidamente, ir beber um café com alguém mas ''rapidamente. Até mesmo mudamos o que já era rápido - lemos, vemos tv e filmes de um modo instantâneo e veloz. Já não precisamos de ir ao videoclube, podemos ter tudo num instante.
Até mesmo ver um filme ou serie tem outro tempo, podemos parar, ir ao wc, acelerar, ver tudo de seguida sem ter de esperar uma semana ou duas. 

No dia a dia usamos o telemovel para fazer scroll, passar, passar, ver um vídeo de minutos e acelerar.  Não tentamos FICAR PRESENTES, fugimos para o telemovel.
Fugimos do contacto com o outro, com a vida, enfim, fugimos  dos nossos próprios pensamentos e interioridade. 

Tenho a sensação que cada geração é mais rápida e impaciente que a anterior. Mais apressados e ao mesmo tempo, mais sós, mais deprimidos, mais solitários, mais tristes..............................

Antigamente para pesquisar algo tínhamos ler, investigar, procurar em livrarias, bibliotecas.
Depois ganhámos os motores de busca, o google...
Agora basta-nos a inteligência artificial...ela pesquisa, lê, procura e escreve por nós... ganhamos tempo para ...... termos mais tempo de nada.

Volto ao livro de Erling Kagge onde ele nos diz :

'' Tornar as coisas um bocadinho menos cómodas acrescenta uma dimensão extra à minha vida. Tanto quanto consigo lembrar-me,  há um diabrete á solta dentro de mim que me diz constantemente para escolher o caminho mais fácil : diz-me para dar um passeio mais breve do que o que planeei, para ir ao café em vez de visitar um amigo que está doente e para me levantar da cama mais tarde do que devia. Se, por exemplo, estivermos acostumados a usar o carro para nos deslocarmos, pode parecer muito penoso não o fazer. É simplesmente demasiado confortável.
  Seguir sempre as indicações dessa pequena voz parece uma forma de escapar do mundo e um desperdício das oportunidades que a vida nos apresenta. O filósofo Martin Heidegger assinalou que é bastante fácil para nós manter um relacionamento de servidão com esta espécie de persuasão diabólica. 
Se cedermos sempre,  isso pode significar que ficamos cada vez mais entrincheirados, com ambas as pernas rapidamente atoladas num pântano profundo e lodoso. Heidegger faz a distinção entre o que significa viver deste modo e o que é comandar a nossa vida. Os seres humanos deveriam, garante-nos o filósofo, estar dispostos a sobrecarregar-se de modo a poderem ser livres. Se escolhermos sempre o caminho mais fácil, a alternativa que oferece menos desafios terá sempre prioridade. As nossas opções estarão sempre predeterminadas, e não só viveremos sem liberdade como levaremos uma vida monótona.
     Há muitas coisas na nossa vida que têm um ritmo demasiado acelerado.  Caminhar é uma tarefa lenta. É uma das coisas mais radicais que podemos fazer.''

A Revolução Industrial libertou o homem e ao mesmo tempo o encarcerou. 
Vivemos no tempo das fake news, em que um video do tiktok a dizer que a terra é plana é aceite por muitos. 
Porquê?
Porque ao mesmo tempo que aceleramos, as nossas aprendizagens, as nossas memórias e a nossa construção interior não nos acompanha - ficamos burros, dementes e vazios.

Há uns três anos fui a Madrid fazer um workshop de 3 dias de Acupuntura Craniana. Decidi voltar de autocarro para Portugal. Apanhei o metro mas deixei o telemóvel na mochila. 
Ali ia eu, apertado no meu lugar, e sem fazer nada, a apenas observar. Todos, repito, todos á minha volta iam embeiçados, encantados, presos ao telemóvel, como se o mundo apenas se fizesse por ali, por aquele rectângulo de 15 por 6cm.

Apesar da televisão, do cinema e até da musica estarem também num loop vertical, descontrolado e acelerado, ainda podemos apreciar alguma arte.

A arte é talvez um antidoto do caminho mais rápido, da vertiginosa loucura da corrida. 
Talvez seja por isso que os museus têm bancos, para podermos ficar ali, a apreciar os quadros. 
Os livros também, ainda, são uma fonte de lentidão....felizmente. Ainda podemos ficar ali, a imaginar aquela história, aqueles locais fictícios, aquele momento intimo entre nós e as letras e a projecção mental que daí advém.

A arte de escolher o caminho mais longo é também a arte de voltar a deixar as pressas, a ansiedade, e apreciar a vida momento a momento. Algum escritor algures escreveu algo assim - voltar a apreciar cada nascer do dia, vendo cada dia de uma nova maneira, como uma página em branco.

Deixo-vos uma frase do filosofo Søren Kierkegaard que talvez resuma tudo: 




segunda-feira, 14 de julho de 2025

Viaje

 


Há dias em que tudo pesa: o corpo, os gestos, até a esperança.
Nesses dias, não procuro palavras — procuro som. Som que não me obriga a ser forte.

E então viajo. Não com malas, mas com alma.
Viajo até Ortigueira, onde nunca estive… mas onde algo em mim parece já ter vivido.

Lá, o céu não grita — apenas observa.
As árvores não apontam — apenas acolhem.
E o mar não julga — apenas escuta.
E a areia inunda os meus pés tapando-os como o meu sofrimento.

É nesse som que me refugio.
Nas notas longas de Alberto Iglesias, encontro abrigo.
Como se a música dissesse:
“Não precisas ser mais do que és agora. Estar triste é também uma forma de estar vivo.”


sábado, 31 de maio de 2025

Cada suicída é uma vítima de Deus




Quando alguém se suicida, ele não se matou, ele foi vitima, foi um homicidio perpetuado por Deus.
Porque esperar depois da morte por um céu ou um inferno, um deus de amor e alegria, se na vida ele é apenas silêncio?
Quando alguém se mata o silêncio tornou-se ensurdecedor...... não apenas dos outros, da vida, mas de deus que não mexeu uma palha, um gesto, um grito para o ajudar.
Deus é assim ele mesmo um homicida. Porque é um deus que deseja ser amado pelo seu próprio silêncio.
Diante das câmaras de Auschwitz, no Ruanda, na Palestina ou onde seja, em cada ser humano que sofre, Ele jaz imutável, incontável, desinteressado e desprezando a vida humana.
Esperamos um deus de Amor mas isso é apenas uma ilusão.
Se deus existe é um aborto desse amor, é um nado vivo surdo, cego e mudo para a maioria dos seres.
Quando eras pequeno e caías a tua mãe ou o teu pai vinham te ajudar.
Onde está o meu Pai Cósmico?  Onde está o meu Deus de Amor? Onde está ele quando sufoco em problemas, vazios e silêncios? Onde está ele quando choro ou o invoco?
Está a espera que morra para me dar uma vida eterna cheia de arco iris e prados verdejantes? 
A igreja diz que o suicídio é um desperdício do dom de deus. Pois bem, mas eu digo, não o é....
O suicídio foi um homicidio.
É um homicidio desse amor, dessas promessas de cristo que estaria sempre conosco e que tudo o que pedisses em seu nome ele te daria.
Milhões de pessoas sofrem e gemem, clamam e arrastam-se entre orações e promessas, e muitos acabam por morrer.
Foi homicidio negligente perpetuado por deus..... porque ele mesmo escolheu ficar em silêncio a ajudar uma alma desesperada.
Ah dizem uns, ele tem um plano para ti, onde está o plano dele enquanto milhares morrem de fome, de doenças, de guerras...de apenas um contacto humano ou divino.
Bastaria uma palavra para ajudar....
Pois bem se deus existe é reu de acusação....de falsas promessas, de neglicencia e de má fé.
E assim o maior pecado é dele mesmo.



segunda-feira, 19 de maio de 2025

segunda-feira, 5 de maio de 2025

(DES)ilusão

 


Nós damos o nosso amor.
Damos com todo o nosso coração.
Sacrificamos-nos, penhoramos as nossas contas e vidas, e vamos vivendo a vida.
Vamos estando sempre lá.
Mas por vezes chega a um ponto em que apenas estamos lá.

Já não existe retorno.
Não existe um amor do outro lado.
Ninguém se sacrifica por nós, nem penhora nada da sua vida.
Não existe já o lá.
Só servimos para a eventualidade, para a necessidade.

Então percebemos que amar é como uma conversa, há falar e ouvir.
Se só sabemos falar ou ouvir nada flui.

Hoje sinto-me desiludido.
Não arrependido....mas triste!!




quarta-feira, 30 de abril de 2025

Expectativas

Pedimos sinais ao Universo.
Pedimos algo que desesperadamente desejamos.
E muitas vezes recebemos esses sinais.
Mas nem sempre o sinal é o que esperamos.

Construímos narrativas,  ficções nas nossas cabeças, 
esperamos, sonhamos e acreditamos que finalmente fomos ouvidos.

Rapidamente percebemos que o sinal veio destorcido,
que a expectativa saiu gorada, 
que aquela pessoa ou situação, tão parecida, tão uniforme a nossa pessoa,
afinal aquela peça de lego perfeita a primeira vista, 
não passa de uma ilusão que projectamos,
porque na verdade não funciona, é distorcida, retorcida e fútil.

Quem culpamos?
A situação?
O Universo?
Talvez apenas nós, que esperamos ilusões, porque somos deformados e culpados e malfadados etc

Eu percebo a porta na cara ao segundo segundo....
Mas insisto persisto, porque sonho, porque me iludo, 
e quanto mais insisto mais percebo que a peça não era assim tão perfeita,
que também tem expectativas...

E então fecho a porta a expectativa....por agora...
encerro-me no meu cubiculo de vitimização, de tristeza e vazio.
Por um tempo,
porque sei,
que sou feito apenas disso......eu creio porque sonho....e como sonho,
nunca poderei dizer adeus definitivo
as minhas expectativas.


 E nisto volto a reler o que um dia escrevi - https://iscador.blogspot.com/2019/11/do-real.html

quarta-feira, 12 de março de 2025




 Esquece tudo o que te disse
Leva as promessas que fiz
Manter este amor é pura tolice
Se teu coração nunca o quis

O nosso lar não tem futuro
Já não me queres na velhice
Quebraste a jura, ergueste um muro
Esquece tudo o que te disse

Estas lágrimas que choro
São o princípio do fim
Rogo aos céus, Meu Deus imploro
Leva o homem que adoro para bem longe de mim

Esquece tudo o que tе disse
Leva as promessas quе fiz
Quebraste a jura, ergueste um muro
Esquece tudo o que te disse





sexta-feira, 7 de março de 2025

Alienação

 

Vivemos num mundo alienado.
Um mundo de mentiras e fachadas, onde a culpa recai sobre o mais baixo e o mais alto continua a ser um modelo de virtudes.
Vivemos num mundo onde alguém vai a igreja e afirma-se cristão e depois mente, discrimina, ofende, maltrata e inferniza, tudo contrário aos mandamentos de um cristão.
Um mundo que prometia a igualdade e equidade, para homens e mulheres, brancos, negros e carmins, hetero, bi ou gay, na verdade tornou-se visto como um problema.
Queremos um mundo mais justo, mas sonhamos com um tempo anterior em que tudo (parecia) mais simples. 
Falamos de liberdade porque nunca tivemos opressão, ao contrario dos nossos pais e avos.

Depois dos loucos anos 20 da década passada com crises financeiras, inauguramos esta com pandemias e guerras e agora voltamos aos terríveis anos 30. 
Tiramos do congelador a nossa partezinha nazista, mesquinha e egoísta e o resultado está ai.

Ui muito cuidado temos uma negra a fazer papel de branca!
Ficamos virgens ofendidas.....aquelas virgens muito pudicas e santinhas, mas com a rata bem fedorenta de tanta fornicação.

O mal são os que vem de fora.... ui!
Não são a sociedade que é explorada a custa dos 2% dos bilionários; do peso da tecnologia, esta ao mesmo tempo salvífica e ao mesmo tempo vai cortando os empregos; os ordenados miseráveis ; os políticos corruptos que preferem eleições a mostrar as contas; os políticos sebastianistas que representam a velha máxima - faz como eu digo, não faças como eu faço. ; e claro o clientelismo, que apodrece todas as instituições desde o presidente da junta as Organizações internacionais....

Vamos apontando dedos sem olharmos para a nossa culpa, nem que seja a nossa inacção.
Vemos um mundo a encher-se de armas, mas temos um sistema nacional de saúde a deteriorar-se.


Talvez tudo isto seja preciso.
O Yin nasce do Yang e vice versa.... ja diziam os taoistas da antiga China....que tudo o que chega no limite vira no contrário.
Talvez precisemos de voltar ao fascismo, as ditaduras e a falta de liberdade, talvez só ai possamos valorizar o que tínhamos.

Ninguém se esqueça que a culpa não morre solteira.
E tu mesmo que lês e escreves este texto, a culpa também existe em ti.
Porque é mais fácil julgar, culpar e destilar odio e rancor que dar a mão a palmatoria e fazer algo grandioso.

E termino parafraseando Shakespeare : 

''Que época terrível é esta, onde idiotas dirigem cegos?''





quinta-feira, 6 de março de 2025

Anxious life

 

Todos temos dias difíceis.
Mas por vezes parecem acumular-se. 
Parece que levas pedradas em todas as áreas da vida ou então vão-se acumulando buracos e vazios nesses lugares e/ou sobrecarregados de problemas em outros.
De vez em quando um problema maior surge.
Ás vezes pensamos que estamos cansados, stressados, nervosos, ansiosos, frustrados, preocupados, com o problema maior. Mas não.....É o acumulo de problemas!
Infelizmente não podemos dividir a vida em áreas e ...- Hoje preocupo-me com isto e amanhã com aquilo!
Nem sempre é assim. 
Somos um todo.
Uma ferida grande pode tirar por algum momento a dor de outras feridas, mas muitas vezes, a dor amplia-se, vamos abaixo, feridos e aleijados e cada vez mais para baixo.
Há alturas em que um problema ligeiro nos põe de sobressalto. Porque fomos feridos tantas vezes que o medo toma conta de nós.
Ás vezes estamos agarrados por lianas, tendo apenas vazios e problemas debaixo de nós, e claro quando uma dessas lianas ou cordas resvala, tememos cair.
Por vezes estamos perdidos....mas também congelados por traumas, medos e inseguranças, sem saber para onde ir e sem nos movermos um centímetro que seja.
Com tudo isso sobrevivemos....é dificil Viver.









Reflexão de dias dolorosos

 ''Vejo-os passar.   De mãos dadas, a rir, com planos para o jantar, para o futuro, para o fim de semana. E eu fico aqui. Na cadei...