sexta-feira, 7 de setembro de 2018

'' Ay Manolita, lá Barceloneta... Que tiempos! ''

Antes de ler ponha a musica a tocar...
Cada capitulo diario é antecedido por uma frase muy iberica.


  Lo que me preocupa es que esta ciudad no me reconozca a mí. (Tacones Lejanos)

Partimos cedo para Barcelona.
O meu afilhado assustou-se bastante com a subida do avião....normal, era o primeiro voo da vida dele.
Já em Barcelona apanhamos um taxi.
Chegamos ao Amister Hotel. É um hotel em que cada quarto tem uma pintura de um artista catalão.
Cada piso é dedicado a um artista diferente.
Partimos na direcção do Montjuic para almoçar.
Passeamos pela cidade, fazemos algumas compras, o custo da alimentação é ligeiramente caro, por isso vamos comprar bolachas, iogurtes, sandes.
À tardinha aproveitamos para tomar banho na piscina do hotel.
Vamos dormir cedo porque estamos cansados e porque no dia seguinte iremos passear.
Barcelona parece ser uma cidade moderna mas ainda com um imenso toque do passado.

Paso total de vosotras, me aburrís. (¿Qué he hecho yo para merecer esto?)

Acordamos cedo, tomamos pequeno almoço no hotel e partimos.
Nesta cidade Caminhar é um acto providencialmente necessário. Tudo fica equidistante de tudo.
Jaume I foi o primeiro ponto.
Passamos junto a Catedral, depois no Palau de la Generalitat, Carrer del Bisbe onde um casal japonês celebrava o seu casamento, Carrer de Sant Sever, Plaza Sant Felip Neri ( um dos meus sitios preferidos em toda a cidade) e fomos desembocar as Ramblas.
As Ramblas são um mar de pessoas e lojas.
Entramos na Parròquia de la Mare de Déu de Betlem que todo o estilo lembra o Mar.


Voltamos a descer, onde fui espreitar a Majestosa Plaza Garibaldi. 
Nas Ramblas vários tipos de homens estátuas desfilam...desde personagens bizarros ao Galileo e ao ...Alien!!!

Desembocando junto a estatua de Colon aka Colombo vamos dar junto ao mar e a marina.
                                                            
De volta fomos subindo as Ramblas onde passamos grande parte da tarde.
Apanhamos um autocarro até a Les Corts onde o meu afilhado foi ver roupa e me entretive na fnac.
Cansado de tanto esperar por ele e pela minha mãe resolvi ir a procura de uma misteriosa torre.
Fui ter a Plaça de La Concordia...

De algum modo esses primeiros dias foram estranhos.
Como se me sentisse inseguro na alma! Mas como se diz em portugues: Primeiro estranha-se, depois entranha-se.

 Que estáis locas, como no pisáis la calle os pensáis que en la calle pasan cosas. (Entre Tinieblas)

Mais um dia de caminhada mas o dia parecia negro.
Ao invés de um dia de sol chovia.
Compra de chapéu de chuva fez-se necessário.
Arc de Triomf foi o inicio.
Depois fomos visitar o Museu do Chocolate e prosseguimos pela Carrer de la princesa, a misteriosa Calle Montcada, a Basilica de Santa Maria del Mar e por toda a area da Via Laietana.


 Para las cosas malas las dos juntas, pero para las buenas tú sola. (La Mala Educacion)

No meio de tanto passeio alternado com algumas horas na piscina, por vezes perdia-me.
Eram os meus momentos.
Poder ver o que eles nao queriam ou que estavam cansados para ver.
Enquanto eles aproveitaram para descansar perdi me pelo Passeig de Grácia.



Terminamos a noite a assistir ao espetacula da Fonte Magica do Montjuic que faz imensas cores e feitios.


Alejate Monjuic...ha llegado el Senor Shadow

O Museu Nacional de Arte Catalã fica no montjuic.
Adornado na Praça de Espanha por duas imensas e belas torres venezianas é com certeza um must da cidade.
Jardins, cultura, música, pintura, arte no sentido mais puro.

Depois do Montjuic, depois de almoçarmos, o meu afilhado e a minha mãe ficaram no quarto a descansar.
Fui ate a Praça da Catalunha beber café com um colega que estava pela cidade.
Após isso deambulei de novo, perdi me para os lados da Praça Tetuan.
Aí conheci o Misterioso Shadow.
Pianista eximio, feroz defensor da nação catalã e em busca de si mesmo....eu achei.
Ficamos muito tempo a conversar, a beber cerveja.
Cinema, música, identidades, vidas, percursos, deram azo a muito tempo de conversa.
É bom fazer-se amigos.

“Tu amnesia me deja sin pasado”  (La Ley del Deseo)

E claro o grande dia chegou.
A Obra maior de Barcelona, a epopeia de Antoni Gaudi - A Sagrada Familia.



Se Santiago é a Catedral da Essência porque desperta o ser humano em busca de si mesmo, a Sagrada Familia é a metáfora para o Futuro Utopico do ser humano, esse Ser Cosmico que alberga em si o Espirito Universal.
A Beleza, as miriades de tons, o som, as referências biblicas e claro a energia da igreja - uma energia pura, extremamente pulsante como células na mitose, quasares, toques do divino.


Apos tal encontro com a energia e beleza da catedral fomos ate ao centro, primeiro Passeig, depois Praça Catalunha e entramos em puro El Raval.
Uma zona bem interessante, muito multicultural que nos lembra um bocado o Martim Moniz.
Iamos em busca de um restaurante recomendado mas estava fechado.

“Excepto beber, qué difícil se me hace todo”.  (La flor de mi secreto)

Infelizmente o Parque Guell foi uma desilusão. Estão a fazer restauros por isso não se pode ver quase nada.
Agora experimentem estarem todos cansados de andar e terem uma pessoa ja senior muito mais cansada em que tudo lhe parece um parque de merendas.
Assim foi um pouco a experiencia.

No entanto apos isso metemos-nos no Bairro de Grácia onde fomos recebidos num cafe A Casa Portuguesa. Deu para matar algumas saudades da comidinha portuguesa.


''La hierba es mia, quereis probar? '' (Volver)

Decidimos, eu e o Duarte, meu afilhado, ir a praia, tomar banho no Mediterraneo.
Qual praia?
Existem várias, mas acabo por escolher a mais mitica - a Barceloneta.


Aproveito para me deliciar no mar. Boiar, sentir o mais puro do oceano....momento sublime.
Adoro o mar. 
Adoro estar ali....perdido, no meio do calor, no centro de mim mesmo no mar.

Após a praia vamos até à marina e ao centro comercial para comer algo.

À tarde passeio sozinho pela cidade...
Lojas de Cannabis existem em toda a cidade, especialmente para plantar, não para vender.
Passo por várias, existem algumas com 100 variedades, desde medicinais a recreativas.
Aproveito neste dia para repensar a vida.

Combino com o Shadow tomar uma cerveja.
Conversamos e passeamos pela cidade. Mostra-me alguns edificios emblemáticos, fala me sobre a politica espanhola.

Como pianista que se preze ele sabe trautear Gymnopedie do grande Erik Satie.



Shadow porque o seu nome em catalão, pelo menos o nome espiritual assim o é.
Shadow porque continua a procura de si proprio...espere que encontre.
Convido-o para apareçer em Lisboa.
E por fim despeço-me dele.
Penso que quando temos um amigo nalguma cidade, tudo se torna mais familiar.
E assim o é.






´´Por mi culpa. - Por tu culpa.''  (La Mala educacion)


E por fim dizemos adeus.
De repente não nos apetece sair.
De repente já sabemos quase todos os transportes, de onde vêem, para onde vão.
Esta cidade tão pulsante, tão forte, tão sexual, tão verdadeira fica na nossa história.


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